A educação financeira pessoal é fundamental na sociedade brasileira, visto que influencia diretamente as decisões econômicas dos indivíduos e das famílias. Mudanças trazidas principalmente pela estabilização da economia e queda da inflação nas últimas décadas alteraram a forma como a população lida com seus recursos financeiros.
O economista com MBA em Finanças pela Universidade de São Paulo e consultor de Finanças Pessoais e Empreendedorismo, do portal financeiro “O Plano da Virada”, Marcos Silvestre, diz que a educação financeira pode ser a chave para melhorar a qualidade de vida individual e da sociedade.
“Educar-se financeiramente é o esforço de agregar a sua bagagem de vida, conhecimentos úteis, dicas aplicáveis e ferramentas práticas para lidar melhor com o dinheiro, conseguindo extrair de suas verdadeiras possibilidades financeiras um melhor padrão de qualidade de vida, não só para si e seus familiares – como é óbvio, mas também para a sociedade como um todo”, afirma Marcos.
Para tanto, iniciativas à criação de um cenário que possibilite uma maior difusão de informações financeiras para a população têm surgido.
A alfabetização financeira é um processo de educação e de responsabilidade do país, das escolas, do governo e das instituições privadas, envolvendo vários fatores sociais.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disponibiliza à sociedade, com o seu Programa Educacional, conceitos sobre o tema educação financeira mediante cursos e palestras. Este programa difunde informações a respeito de hábitos de poupança, tipos de investimentos e planejamento de finanças pessoais, além de orientar as pessoas da importância destes conceitos para o desenvolvimento da economia do país.
O Banco Central do Brasil (Bacen) desenvolveu o Programa de Educação Financeira para orientar as pessoas sobre a importância do planejamento financeiro e também para auxiliar os indivíduos a entenderem o funcionamento da economia, assim como de seus agentes e instrumentos. O Programa atua em vários níveis para a divulgação de informações financeiras para a sociedade, contendo programas para o ensino Fundamental e Médio, momento importante para a formação adulta.
“O Programa de Educação Financeira do Bacen é mais uma iniciativa interessante e válida no amplo rol de esforços da sociedade brasileira em buscar, ainda que tardiamente, os instrumentos da educação financeira como meio de garantir e maximizar a prosperidade potencialmente alcançável em uma economia com baixos níveis de desemprego e renda real relativamente elevada, como é hoje – felizmente! – o caso da economia brasileira”, diz Marcos.
Ele explica que sendo uma iniciativa governamental, tal programa padece – em certa medida – dos males da pouca agilidade, acessibilidade prática restrita e limitada capilaridade efetiva, desvios de resultado transformacional que normalmente acometem movimentos educacionais oriundos de entidades do governo em nosso país. Além disso, por se tratar de iniciativa advinda de uma instituição bancária, nota-se a contaminação do viés de setor financeiro, como se a vida financeira do cidadão brasileiro girasse em torno das instituições financeiras do país, que seriam então o “coração pulsante” das finanças pessoais no Brasil.
No entanto, Marcos aponta que a realidade da vida financeira dos brasileiros é amplamente mais rica e complexa, o que abre espaço para uma grande complementaridade de iniciativas educacionais advindas de setores diversos da sociedade.
“A última década […] foi prolífica em iniciativas, ainda emergentes e um pouco frágeis, de prover educação financeira amplamente acessível aos consumidores brasileiros. Educadores financeiros otimistas e esperançosos, dentre os quais me permito incluir, continuam trabalhando intensamente para que a próxima década possa assistir à consolidação de um processo estruturado e difundido de reeducação e orientação financeira em nosso país”, conclui o economista.
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