Especialista alerta sobre os riscos da vacinação contra a gripe

06/02/2014 13:55 Atualizado: 06/02/2014 13:55

(Com a assessoria especializada do Prof. Dr. José Jorge Neto)

A vacinação contra a gripe (influenza) tornou-se em si mesma numa epidemia. As pessoas afetadas por esta febre precisam duma vacina contra sua disseminação como panaceia universal. Os pacientes, em sua grande maioria leigos, não têm ideia de que qualquer vacinação implica na introdução em seu organismo de agentes potencialmente perigosos se não forem adequadamente elaborados por seus produtores e submetidos a rígidos controles de qualidade.

Há anos houve uma ampla discussão sobre quem deve decidir sobre o uso das vacinas em crianças: os pais ou as autoridades? Na ocasião publiquei dois artigos (Vacinação: quem deve decidir?  e Ainda as vacinas) no Mídia Sem Máscara que atestam minha aprovação enfática ao uso de vacinas – e, algumas vezes, como em grandes epidemias ou as doenças do tipo poliomielite e varíola que respondem bem à vacinação profilática, cabe às autoridades médicas decidir pela vacinação em massa, já que os infectados são transmissores.

A maioria das vacinações é feita com vírus vivos atenuados. Os vírus nada mais são do que moléculas com estruturas mutáveis, entre eles o do tipo influenza e suas variações. São agentes infecciosos microscópicos acelulares (não constituem uma célula) que só podem se multiplicar dentro das células de outros organismos. De tempos em tempos há que renovar a cepa de vírus, porque eles têm a capacidade de sofrer adaptações ao meio em que vivem, o que também ocorre com o vírus do HIV. Ultimamente estão aparecendo novas variações de vírus do tipo H.

Os vírus necessitam meios propícios à sua cultura para que se multipliquem. Em países mais evoluídos, usam-se meios de cultura laboratoriais que não envolvem animais, mas não existe no Brasil interesse político em adquirir estas vacinas. Nesses países mais evoluídos cientificamente, encontramos uma vacina chamada trivalente que inclui dois tipos da variedade A e uma do tipo B, mas este tipo não é encontrado no nosso sistema de saúde, somente quando importada e aplicada nos consultórios particulares.

As vacinas produzidas no Instituto Butantã são de qualidade reconhecida no mundo inteiro, pois lá trabalham com vírus específicos do Brasil, por isto os farmacêuticos e suas instituições profissionais têm insistido para que o governo invista naquele instituto, o que não vem ocorrendo porque as autoridades preferem usar os vírus oriundos de Cuba ou países asiáticos que são totalmente diferentes. Basta trocar um radical na molécula (vírus) para ele tornar-se de protetor em causador da doença.

Os vírus que usamos são cultivados em cérebro de pintos dentro do ovo e se colocamos um vírus que não seja de referência poderá levar consigo as características do pinto inoculado. Além disso, uma contaminação qualquer poderá levar a pessoa a uma encefalite, pois pintos doentes podem levar vírus diferentes, transmissores da doença à qual se pretende imunizar. Os pesquisadores e farmacêuticos brasileiros não sabem como é feito o controle de qualidade destas vacinas, ninguém sabe, e principalmente a classe médica. Se há algum controle na rede particular de profilaxia, na rede pública ninguém sabe exatamente como se passou a cultura do vírus, e conhece-se bem o desleixo com as pesquisas em Cuba e em países asiáticos.

Já existem razoáveis desconfianças dos medicamentos genéricos com a mesma origem asiática, principalmente indiana, pois muitos não dão a resposta esperada e necessária ao tratamento. Isto freqüentemente acontece com os pesquisadores em orientação de trabalhos nos quais foram usados antibióticos, e o resultado benéfico só ocorreu quando mudada a indústria farmacêutica de origem. Há que levar em consideração que muitas indústrias não têm interesse em curar, e sim em manter o paciente doente.

O vírus da gripe é do tipo ARN, e suas mutações podem ser notadas nas pandemias que povoam o mundo, como por exemplo:

Gripe Russa- 1889-1890 – mortos: 1 milhão de pessoas, vírus do tipo H2N2;
Gripe Espanhola – 1918 – 1920 – mortos: 40 – 100 milhões, vírus tipo H1N1;
Gripe Asiática – 1957 – 1958 – mortos: 1 -1,5 milhões, vírus tipo H2N2;
Gripe Hong Kong – 1968 – 1969 – mortos: 750 – 1 milhão, vírus tipo H2N2;
Gripe suína – 2009 – 2010 – mortos: 10 – 20 mil, vírus tipo H1N1.

Outro fato que é bem caracterizado nos trabalhos é que o seu efeito atinge apenas 75% das pessoas, sendo que existe a influência dos raios UV para melhor resposta de sua ação, e também é levado em conta que o seu efeito é passageiro, possuindo uma estrutura molecular que rapidamente adapta-se ao meio vivente, na tabela acima isto pode ser comprovado.

Isto mostra também que ela é predominante nos períodos frios, logo, para as pessoas com mais idade, por não saírem de casa para tomarem sol, as vacinas têm menor efeito, fato que não é evidenciado quando nos indicam as vacinas.

Isto comprova que nos países de clima frio a incidência da doença é maior (vide os dados apresentados acima). Devemos frisar que os medicamentos chamados antivirais podem ser usados no caso, mas têm pouca ação pois agem como inibidores de neuramidase.

Um trabalho publicado na revista Science em 19/07/2013, cujo título é: “Pandovírus: um gigantesco pequeno detalhe que pode alterar por completo nosso domínio sobre a vida” provocou uma briga internacional, inclusive o bloqueio da publicação. Os pesquisadores mostraram que alguns novos vírus possuem características que podem estar promovendo mudanças no que conhecemos como domínio da vida. Estes são vírus de tamanho maior do que nós conhecemos, inclusive alguns das cepas H e suas variações. Seu estudo ficará para uma próxima publicação.

Dr. José Jorge Neto é farmacêutico bioquímico, formado pela então Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara – SP, em 1965. Professor em 1966, na disciplina de Farmacognosia. Livre Docente e Professor Adjunto na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP – Araraquara – SP – 1989. Professor Titular do departamento de Princípios Ativos Naturais e Toxicologia, responsável pelas disciplinas de Farmacognosia, Bromatologia, exames Bromatológicos, Botânica e Homeopatia – 1996. Por 10 anos chefe do Departamento de Princípios Ativos Naturais e Toxicologia, Coordenador do curso de Farmácia da Universidade de Mogi das Cruzes, Diretor do Curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade Bandeirante dos Campi, Maria Cândida, ABC e Osasco. Coordenador do Curso de Farmácia e Bioquímica na Faculdade de Ciências Médicas (FACIMED), Cacoal, estado de Rondônia. E-mail: jjneto.jose@terra.com.br

Esse conteúdo foi originalmente publicado no site Mídia Sem Máscara