Entenda a crise
Localizado no coração da África Ocidental, Mali é um vasto país encravado na região do Sahel. A situação política e social havia melhorado durante a última década com eleições democráticas realizadas pacificamente desde 1992.
No entanto, a situação de segurança agora é volátil, com um golpe em março de 2012 e grupos armados controlando as três regiões mais ao norte: Kidal, Gao e Timbuktu. Isto causou movimentos populacionais dentro do Mali e também para países vizinhos.
O Mali enfrenta desafios significativos em setores-chave para o desenvolvimento e é o 175º colocado entre 187 países avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Cerca de 69% da população vive abaixo da linha de pobreza e mais de um quinto das crianças em idade escolar não frequentam aulas, três quartos das quais são meninas.
Mais de 80% da população rural depende da agricultura de subsistência e da criação de animais.
Limitada terra arável, clima imprevisível, desastres naturais (incluindo seca, infestações de gafanhotos e inundações), degradação ambiental e a flutuação de preços das matérias-primas levaram a numerosos desafios de segurança alimentar e saúde a essas populações.
As crianças são as mais afetadas por esses desafios. A prevalência de desnutrição global aguda entre as crianças com menos de 5 anos é de 15%, segundo a última pesquisa demográfica e de saúde no Mali.
Missão de Paz da ONU
O Conselho de Segurança aprovou no dia 25 de abril de 2013 a criação da Missão das Nações Unidas para o Mali. A decisão de implementar a operação foi tomada por unanimidade pelos 15 Estados-Membros. Acesse aqui a resolução.
A missão — oficialmente Missão das Nações Unidas de Estabilização Multidimensional Integrada no Mali (MINUSMA) — terá a partir de 1º de julho de 2013 uma tropa de 11,2 mil militares, incluindo batalhões de reserva “capazes de serem deslocados rapidamente por todo o país”. Uma força policial de 1,44 mil integrantes também também será enviada.
A resolução autoriza os capacetes azuis “a usar todos os meios necessários” para realizar as tarefas de estabilização relacionadas com a segurança, proteção de civis, funcionários da ONU e bens culturais, bem como criação de condições para a prestação de ajuda humanitária. A tarefa principal da MINUSMA é apoiar o processo político no Mali, em estreita coordenação com a União Africana e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS). A missão substituirá a força africana (AFISMA).
Os Estados-Membros da ONU receberam pedidos para fornecer soldados e forças policiais com recursos e equipamentos adequados para “melhorar a capacidade de operação da MINUSMA”.
Antes, o Conselho de Segurança da ONU havia autorizado no dia 20 de dezembro de 2012 o envio da Missão de Suporte Internacional liderada pela África no Mali (AFISMA). Com mandato inicial de um ano, ela presta assistência às autoridades na recuperação de regiões controladas por rebeldes e na restauração da unidade do país, até o data inicial do mandato da nova força de paz. Clique aqui para ler a íntegra do comunicado e da resolução do Conselho.
Como ajudar
Você pode fazer doações para duas das diversas agências que estão atuando no país: o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) — clique aqui para acessar — ou para o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU — clique aqui para acessar e selecione “Sahel” como destino.
Saiba Mais
Confira os principais trechos do último relatório sobre a situação no Mali, de 20 de janeiro de 2013, clicando aqui.
Acesse o mapa mais atualizado da crise clicando aqui.
Clique aqui para acessar o monitoramento de dados em tempo real do ACNUR.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil