Especial da ONU retrata a crise no Mali

24/09/2013 13:39 Atualizado: 24/09/2013 13:39
Refugiados malianeses com seus pertences depois de chegar no acampamento Goudebou, em Burkina Fasso (ACNUR)
Refugiados malianeses com seus pertences depois de chegar no acampamento Goudebou, em Burkina Fasso (ACNUR)

Entenda a crise

Localizado no coração da África Ocidental, Mali é um vasto país encravado na região do Sahel. A situação política e social havia melhorado durante a última década com eleições democráticas realizadas pacificamente desde 1992.

No entanto, a situação de segurança agora é volátil, com um golpe em março de 2012 e grupos armados controlando as três regiões mais ao norte: Kidal, Gao e Timbuktu. Isto causou movimentos populacionais dentro do Mali e também para países vizinhos.

O Mali enfrenta desafios significativos em setores-chave para o desenvolvimento e é o 175º colocado entre 187 países avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Cerca de 69% da população vive abaixo da linha de pobreza e mais de um quinto das crianças em idade escolar não frequentam aulas, três quartos das quais são meninas.

Mais de 80% da população rural depende da agricultura de subsistência e da criação de animais.

Limitada terra arável, clima imprevisível, desastres naturais (incluindo seca, infestações de gafanhotos e inundações), degradação ambiental e a flutuação de preços das matérias-primas levaram a numerosos desafios de segurança alimentar e saúde a essas populações.

As crianças são as mais afetadas por esses desafios. A prevalência de desnutrição global aguda entre as crianças com menos de 5 anos é de 15%, segundo a última pesquisa demográfica e de saúde no Mali.

Missão de Paz da ONU

O Conselho de Segurança aprovou no dia 25 de abril de 2013 a criação da Missão das Nações Unidas para o Mali. A decisão de implementar a operação foi tomada por unanimidade pelos 15 Estados-Membros. Acesse aqui a resolução.

A missão — oficialmente Missão das Nações Unidas de Estabilização Multidimensional Integrada no Mali (MINUSMA) — terá a partir de 1º de julho de 2013 uma tropa de 11,2 mil militares, incluindo batalhões de reserva “capazes de serem deslocados rapidamente por todo o país”. Uma força policial de 1,44 mil integrantes também também será enviada.

A resolução autoriza os capacetes azuis “a usar todos os meios necessários” para realizar as tarefas de estabilização relacionadas com a segurança, proteção de civis, funcionários da ONU e bens culturais, bem como criação de condições para a prestação de ajuda humanitária. A tarefa principal da MINUSMA é apoiar o processo político no Mali, em estreita coordenação com a União Africana e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS). A missão substituirá a força africana (AFISMA).

Os Estados-Membros da ONU receberam pedidos para fornecer soldados e forças policiais com recursos e equipamentos adequados para “melhorar a capacidade de operação da MINUSMA”.

Antes, o Conselho de Segurança da ONU havia autorizado no dia 20 de dezembro de 2012 o envio da Missão de Suporte Internacional liderada pela África no Mali (AFISMA). Com mandato inicial de um ano, ela presta assistência às autoridades na recuperação de regiões controladas por rebeldes e na restauração da unidade do país, até o data inicial do mandato da nova força de paz. Clique aqui para ler a íntegra do comunicado e da resolução do Conselho.

Como ajudar

Você pode fazer doações para duas das diversas agências que estão atuando no país: o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) — clique aqui para acessar — ou para o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU — clique aqui para acessar e selecione “Sahel” como destino.

Saiba Mais

Confira os principais trechos do último relatório sobre a situação no Mali, de 20 de janeiro de 2013, clicando aqui.

Acesse o mapa mais atualizado da crise clicando aqui.

Clique aqui para acessar o monitoramento de dados em tempo real do ACNUR.

Uma mulher deslocada malinesa prepara uma refeição para sua família em Bamako (ACNUR)
Uma mulher deslocada malinesa prepara uma refeição para sua família em Bamako (ACNUR)
Um trabalhador do ACNUR verifica um homem vivendo com deficiência e seus dois netos que saíram de Timbuktu para Mentao, Burkina Fasso (ACNUR)
Um trabalhador do ACNUR verifica um homem vivendo com deficiência e seus dois netos que saíram de Timbuktu para Mentao, Burkina Fasso (ACNUR)
Essas mulheres malinesas fugiram dos combates no norte do país e encontraram abrigo na cidade de Sevare (ACNUR)
Essas mulheres malinesas fugiram dos combates no norte do país e encontraram abrigo na cidade de Sevare (ACNUR)
Este menino malinês fugiu da cidade de Diabaly quando foi atacado por forças rebeldes em 14 de janeiro e encontrou refúgio em Bamako. Ele é um dos 230 mil deslocados internos no país (ACNUR)
Este menino malinês fugiu da cidade de Diabaly quando foi atacado por forças rebeldes em 14 de janeiro e encontrou refúgio em Bamako. Ele é um dos 230 mil deslocados internos no país (ACNUR)
Este menino de 10 anos escapou dos combates na cidade malinesa de Diabaly e encontrou refúgio na capital, Bamako (ACNUR)
Este menino de 10 anos escapou dos combates na cidade malinesa de Diabaly e encontrou refúgio na capital, Bamako (ACNUR)
Omar fugiu de Timbuktue e agora vive em Niamey, Níger. Ele usa uma máquina de costura emprestada de um parente e trabalha como alfaiate (ACNUR)
Omar fugiu de Timbuktue e agora vive em Niamey, Níger. Ele usa uma máquina de costura emprestada de um parente e trabalha como alfaiate (ACNUR)
Abdullah e sua família vivem em um cômodo normalmente utilizado para armazenamento. Eles fugiram da cidade de Diabaly para Bamako, quando os combates começaram (ACNUR)
Abdullah e sua família vivem em um cômodo normalmente utilizado para armazenamento. Eles fugiram da cidade de Diabaly para Bamako, quando os combates começaram (ACNUR)
Uma mulher deslocada malinesa prepara uma refeição em sua nova casa em Bamako, capital do país (ACNUR)
Uma mulher deslocada malinesa prepara uma refeição em sua nova casa em Bamako, capital do país (ACNUR)
Crianças deslocadas na capital do Mali, Bamako, comem refeição de boas-vindas (ACNUR)
Crianças deslocadas na capital do Mali, Bamako, comem refeição de boas-vindas (ACNUR)

Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil