Em 12 de novembro de 1902, em Diamantina, Minas Gerais, nascia Juscelino Kubitschek de Oliveira. De origem humilde – o pai, João César de Oliveira, era caixeiro-viajante e a mãe, Júlia Kubitscheck, era professora primária – o jovem formou-se em Medicina em 1927 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Durante o baile de formatura, conheceu Sarah Gomes de Lemos, quem se tornaria sua esposa. A jovem era filha do ex-senador mineiro Jaime Gomes de Souza Lemos, fator que contribuiu para a ascensão da carreira política de JK em Minas Gerais.
Após lutar na Revolução Constitucionalista de 1933, JK recebe um convite do amigo combatente Benedito Valadares para ocupar o cargo de secretário do Governo, o que seria o ponto de partida para a entrada do médico mineiro na política nacional.
Depois do contato bem sucedido com a nova profissão, JK candidata-se a deputado federal em 1934 e é empossado no ano seguinte. Dois anos depois, o País passa pelo golpe de Getúlio Vargas, responsável por instituir o Estado Novo, em 1937.
Essa transformação política fez com que o amigo de Juscelino se tornasse o governador de Minas Gerais em 1937. O poder de Valadares fez com que ele convidasse JK a ocupar o cargo de prefeito de Belo Horizonte.
Um dos principais feitos de JK durante o comando na capital mineira foi a construção do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, liderada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que futuramente se tornaria uma das peças-chave na construção de Brasília.
O governo de Getúlio Vargas era progressista. Após importantes contribuições no desenvolvimento do País, como a criação das leis trabalhistas e a formação da Petrobras, Getúlio tinha o ideal de desenvolver o interior do Brasil. O ex-presidente foi o responsável por formar a primeira comissão de profissionais para estudos da transferência da capital.
“Quem iria construir Brasília era Getúlio Vargas, que tinha nomeado uma comissão de transferência para a nova capital. Após o suicídio de Vargas e eleição de JK, Juscelino incorporou aquele ideal como se fosse o dele”, afirma Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro Próspero & Lúcio, um livro ficcional ambientado no período da construção de Brasília e inspirado em uma tragédia de Shakespeare.
Para o especialista, o ex-presidente Vargas foi o “grande preparador de Brasília”. A comissão era presidida pelo marechal José Pessoa, homem de confiança de Café Filho, sucessor de Vargas.
O militar chegou a desenhar o projeto urbanístico da nova capital e presidiu a comissão formada por Vargas. O grupo liderado por José Pessoa foi o responsável por demarcar a área que abrigaria Brasília.
Mesmo com a morte trágica de Getúlio, o Brasil passaria pela transformação progressista que o ex-presidente militar esperava para o País, mas de uma forma diferente: a influência estrangeira com a abertura de capital se transformaria em uma das marcas do governo de JK, ideia contrária ao governo de Getúlio, que valorizava o nacionalismo.
JK também entraria na história com um papel fundamental no novo ciclo de mudanças do maior País da América do Sul.