Estudo da NASA revela ameaças climáticas à floresta pela seca

22/01/2013 07:00 Atualizado: 06/08/2013 16:08
Floresta amazônica na Guiana Francesa, 1º de dezembro de 2012 (Jody Amiet/AFP/Getty Images)
Floresta amazônica na Guiana Francesa, 1º de dezembro de 2012 (Jody Amiet/AFP/Getty Images)

Uma seca massiva que ocorreu há quase oito anos ainda afeta a floresta amazônica até os dias de hoje, de acordo com novo estudo divulgado pelo ‘Jet Propulsion Laboratory’ da NASA.

O impacto contínuo da seca de 2005, que ainda está afetando uma área na Amazônia – que equivale ao tamanho do estado de Tocantins – poderia ser os primeiros sinais reveladores “de degradação em grande escala potencial devido à mudança climática”, disse a NASA em um comunicado de imprensa. O laboratório analisou dados de satélites coletados entre 2000 e 2009, antes de chegar a sua avaliação.

Um total de 270 mil km² de florestas antigas foram afetados quando a seca atingiu a floresta amazônica, que é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo, revelando consequências devastadoras.

“Esta mega-seca causou mudanças generalizadas no dossel da floresta que foram detectados por satélite. As mudanças sugerem morte de galhos e quedas de árvores, especialmente das mais velhas e maiores, árvores do dossel mais vulneráveis ​​que cobrem a floresta”, disse a NASA.

Embora os níveis de precipitação tenham sido recuperados nos anos seguintes, houve uma outra seca em grande escala, que teve lugar em 2010. Metade da floresta que foi danificada pela seca de 2005 ainda não se recuperou quando o período da seca seguinte chegou, disse a agência espacial.

“A maior surpresa para nós era que os efeitos parecem persistir por anos após a seca de 2005”, afirmou o co-autor Yadvinder Malhi, da Universidade de Oxford em um comunicado. “Esperávamos que o dossel da floresta pudesse se recuperar depois de um ano com um novo crescimento da folhagem, mas o dano parece que persistiu até a seca subsequente em 2010”.

Os investigadores acreditam que a seca é causada pelo aumento da temperatura na superfície do mar tropical do Atlântico a longo prazo, os mesmos padrões climáticos que causaram devastações pelos furacões que atingiram os Estados Unidos.

“De fato, o mesmo fenômeno climático que ajudou a formar furacões Katrina e Rita ao longo das costas sul dos EUA, em 2005, provavelmente também causou a grave seca no sudoeste da Amazônia”, disse Sassan Saatchi, que liderou o estudo da NASA. “Um evento climático extremo causado pela seca, que posteriormente danificou as árvores da Amazônia.”

Se a mudança climática for a causa e se o período de seca continuar em cada cinco a 10 anos, “grandes áreas da floresta amazônica estarão suscetíveis aos efeitos persistentes de secas e da recuperação florestal correspondente lenta”, disse Sassan.

“Isto pode alterar a estrutura e função dos ecossistemas de florestas amazônicas”, acrescentou.

Os pesquisadores também descobriram que a área afetada na seca de 2005 foi muito maior do que anteriormente prevista: cerca de 30% de toda a bacia amazônica, ou 1.056.325 km², sofreram com a seca. Mais de 5% das florestas inteiras sofreram “graves” condições de seca.

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