O Brasil possui 891 milhões de hectares de floresta, o que representa 22% da área florestal mundial, segundo o estudo da ‘Food and Agriculture Organization’ (FAO) de 2011 sobre a situação das florestas no mundo.
A importância da Amazônia transcende a barreira de nosso país. A bacia amazônica está localizada no território de oito países da América do Sul, além do Brasil: Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Guiana Francesa, Guiana e Suriname.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Amazônia é a região que está na bacia do rio Amazonas, a maior do mundo, formada por 25 mil km de rios navegáveis, em cerca de 6,9 milhões km2, dos quais aproximadamente 3,8 milhões km2 estão no Brasil.
A Amazônia está presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás. Representa 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios onde, segundo o Censo Demográfico de 2000, viviam 20,3 milhões de pessoas, equivalente a 12,32% da população do país. Deste total, 68,9% viviam em zona urbana, segundo dados do IBGE de 2007.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que o potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas. Na Bacia do Amazonas, destacam-se as sub-bacias do Rio Xingu, que possui 13,7% do potencial inventariado no Brasil. Outras sub-bacias do Amazonas, cujos potenciais estimados são consideráveis, são as bacias do Rio Tapajós, do Rio Madeira e do Rio Negro.
O desmatamento na Amazônia tem sido monitorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desde 1988. Este ano, período equivalente a agosto de 2011 a julho de 2012, 4.656 km² foram desmatados na Amazônia Legal, área que equivale a mais de 1 milhão de campos de futebol.
Em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) aponta que, quanto mais alto o índice de desmatamento no município, a tendência é que o IDH seja menor, bem como os três componentes do IDH: taxa de alfabetização, expectativa de vida e renda per capita. A substituição da floresta por pecuária extensiva é um dos principais motivos para redução deste índice, pois diminui a oferta de empregos, empobrecendo a população.
Segundo estudo do Serviço Florestal Brasileiro e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a maior parte (70%) das emissões de gases de efeito estufa é proveniente da queima de biomassa proveniente de mudanças do uso da terra. Mais da metade deste valor tem origem no deflorestamento das florestas da Amazônia (dados de 2009).
A Amazônia é a terra de cerca de 180 povos indígenas, somando uma população de aproximadamente 208 mil indivíduos, além de 357 comunidades remanescentes de quilombolas e milhares de comunidades de seringueiros, ribeirinhos ou babaçueiros, segundo estudo publicado no Scielo.
Por fim, em termos de biodiversidade, de acordo com um estudo do professor Lisandro Juno Soares Vieira da Universidade Federal do Acre, a Amazônia concentra cerca de 80% das espécies de peixes conhecidas em toda a Região Neotropical. Possui 50% das espécies de aves do Brasil, 40% dos mamíferos e 30% dos anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas).
Nos próximos artigos vamos aprofundar questões históricas de desmatamento na Amazônia.
Ticiane Rossi é engenheira florestal e mestre em Ciências pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Atualmente faz doutorado no programa de Recursos Florestais também na ESALQ.
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