A província de Alicante, na Espanha, anunciou a distribuição gratuita de lavouras como uma iniciativa para ajudar os desempregados e pensionistas que estejam em dia com as “obrigações tanto com o Tesouro Nacional quanto com a administração local.”
De 27 de dezembro de 2013 a 11 de janeiro de 2014, os moradores da Octava de Benejuzar, em Alicante, poderão optar por uma das lavouras ecológicas localizadas em um dos extremos da aldeia, informou a província, segundo o site La Verdad.
O Conselho da Cidade de Benejuzar observou que, desta forma, procura-se promover a agricultura e beneficiar as pessoas que estão enfrentando dificuldades financeiras, para que possam ter sua própria produção.
As autoridades também defendem objetivos mais amplos, como a proteção do meio ambiente e a recuperação dos cultivos, que estão ameaçados.
Para manter o patrimônio cultural, a Câmara Municipal de Benejuzar decidiu que os avós ensinarão seus netos a trabalhar a terra sem utilizar qualquer pesticida ou produtos químicos que alterem o resultado final.
“No caso de haver mais pedidos do que podemos atender, será feito um sorteio público para dividir os terrenos, sendo a prioridade para os desempregados e pensionistas”.
“Os requisitos de elegibilidade são: que o candidato seja registrado no município, tenha condições físicas para trabalhar na lavoura e que esteja quites com todas as obrigações tanto com o Tesouro Nacional quanto com o governo local”, informou o Conselho.
O projeto já foi aplicado em outras áreas como Rojales, e consiste na distribuição de parcelas do título público, que podem ser exploradas em troca do cumprimento das diretrizes das lavouras municipais.
Em Navarra, um grupo de mulheres está sendo preparado através de um curso sobre como plantar alface, ervilhas e feijões, ministrados por Iosu Litago e María José Castuera, sócios na empresa La Güertica, dedicada à concepção e gestão de lavouras urbanas e ecológicas, relatou o site Notícias Navarra.
Segundo Litago, um dos objetivos principais é que as participantes saiam do curso com “a vontade de concretizar uma iniciativa deste tipo, seja em nível particular ou comunitário, embora este último seja o ideal”, disse Navarra.
“No início fizemos dinâmicas de grupo para se conhecerem, uma vez que um dos objetivos é que se uma delas receber uma lavoura, que todas trabalhem nele juntas”, disse Castuera.
Outros locais da Espanha também estão apostando em projetos de lavouras gratuitas. Em Villena, também em Alicante, foram adaptados alguns terrenos fornecidos gratuitamente por três anos. Nestes locais foram instaladas 82 lavouras entre 60 e 70 metros quadrados, de acordo com El Periodico.
Paralelamente, para incentivar o trabalho das mulheres nas áreas rurais, a Federación de Asociaciones de Mujeres Rurales (FADEMUR) desenvolveu o programa REDMUR : Rede de empresas de mulheres da zona rural para o desenvolvimento sustentável, do qual “são participantes mulheres empreendedoras, artesãs e empresárias”, em Andaluzia, Aragão, Cantábria, Castilla y León, Catalunha, Valência, Extremadura, Galiza, Madrid e Múrcia, informou a mídia Região Digital em 11 de dezembro.
“REDMUR é um programa de treinamento e formação, e destina-se a mulheres empresárias e empreendedores que atualmente produzem, transformam ou prestam qualquer serviço nas zonas rurais, por meio de sistemas de produção locais, sustentáveis e de qualidade, integrados aos canais de comercialização curtas”, disse um comunicado do governo.
Os coordenadores da atividade explicaram que foram escolhidas 10 participantes para desenvolverem o estudo e a análise dos processos de produção, transformação e comercialização, a fim de que sejam medidas as emissões de dióxido de carbono e os consequentes custos ambientais desses processos, acrescentou. O treinamento inclui lições sobre como ajudar a reduzir as emissões de CO2.
“Com este programa, podemos fornecer orientação e apoio para as empresárias e empreendedoras para que tenham uma produção sustentável, local e eficiente do ponto de vista da produção de energia”, disse a presidente da FADEMUR, Teresa Lopez, segundo o Noticiero Digital .
O grupo pretende expandir-se em uma rede que incluirá o consumidor final, “com o propósito comum de valorização dos produtos locais, sustentáveis e de qualidade”.
