Espanha chama de intolerável pedido da Venezuela às empresas espanholas

19/02/2015 22:56 Atualizado: 19/02/2015 22:56

O Ministro da Indústria, Energia e Turismo da Espanha, José Manuel Soria, disse na terça-feira (17) que classifica como “absolutamente intolerável” que a Venezuela peça às empresas espanholas para que colaborem em anular a péssima imagem do chavismo, naquilo que o governo de Nicolás Maduro chamou de uma campanha da mídia espanhola contra o seu país.

“É absolutamente intolerável que sejamos chamados a colocar sobre a mesa interesses que nada têm a ver com os interesses legítimos das empresas que operam na Venezuela”, disse Soria em entrevista à emissora de televisão local Telemadrid, segundo divulgado pela BBC.

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Os representantes das mais proeminentes empresas espanholas domiciliadas na Venezuela – Air Europa, BBVA, Iberia, Mapfre, Meliá, Telefonica, Repsol e Zara – se reuniram com altos membros do governo venezuelano na semana passada, quando então as empresas espanholas manifestaram seus receios.

De acordo com reportagem do jornal espanhol ABC e mencionado pelo El Nacional da Venezuela, caso os empresários não se empenhem em acabar com a suposta campanha difamatória, os representantes do governo da Venezuela anunciaram a intenção de “desapropriação imediata”.

O presidente da Corporação de Comércio Exterior, Ramón Gordils; o vice-ministro das Relações Exteriores para a Europa, Calixto Ortega; e o vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, integraram a reunião, segundo fontes.

“O governo de Nicolás Maduro não está levando a sociedade Venezuela no caminho para a prosperidade, mesmo o país contando com recursos naturais extraordinários”, disse também o ministro da Indústria.

Não obstante haja relações bilaterais e políticas entre Espanha e Venezuela, o governo espanhol está apreensivo com a “situação geral”, bem como pelas “recomendações que fizeram às empresas espanholas”, declarou Soria.

“A liberdade de opinião e de imprensa são dois princípios essenciais”, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Garcia-Margallo, que havia se referido ao assunto antes de Soria, na segunda-feira (16).