Espanha acusa banco chinês ICBC por lavagem de dinheiro e fraude fiscal

02/03/2016 06:00 Atualizado: 01/03/2016 22:20

O banco chinês ICBC foi acusado de lavagem de dinheiro e fraude fiscal após investigação realizada pelo órgão anticorrupção de Madrid. Em consequência das investigações, a polícia civil espanhola prendeu seis funcionários do banco, incluindo o diretor-geral da entidade.

De acordo com fontes da investigação, esta operação permitiu descobrir que a filial do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) em Madrid era um instrumento que, através de diferentes contas e mercados financeiros, serviu para movimentar dinheiro de várias organizações criminosas para a China, segundo informou a agência de notícias EFE em 17 de fevereiro.

A agência explicou que aparentemente eram feitas transferências de “grande quantidade de dinheiro” desviado, proveniente do contrabando, para torná-lo legal. Até agora, estima-se que 40 milhões de euros tenham sido lavados pelo banco, no entanto, as investigações indicam que este montante pode subir rapidamente à medida que as provas são analisadas.

“As investigações mostraram como, a partir da filial em Madrid do ICBC, facilitava-se a introdução no mercado financeiro de fundos cuja origem estaria no alegado combate a crimes de contrabando, crimes contra a Fazenda e contra os direitos dos trabalhadores, de modo a facilitar sua transferência para a China dando-lhes a aparência de legalidade”, disse a polícia em nota, conforme informou a agência EFE.

Leia também:
A história das viagens de genocidas chineses à Cuba
Hospital impede mulher de dar à luz para atualizar o sistema
Conheça história do trágico sistema de transplantes forçados de órgãos na China

A maneira pela qual normalmente opera o comércio chinês para lavagem de dinheiro é através dos chamados bazares e lojas chinesas. Primeiro insere-se a mercadoria no mercado espanhol – principalmente na cidade de Parla, onde se concentra este tipo de comércio -, ela é comercializada abaixo do seu preço real e o lucro obtido é enviado para a China, explicou EFE.

O Tribunal de Parla e os procuradores suspeitam que, através do comércio, os chineses podem ter lavado até 300 milhões de euros nos últimos anos, principalmente a partir de bazares chineses de Madrid, acrescentou EFE.

De acordo com fontes citadas pela agência EFE, esta investigação, classificada como “secreta”, “está apenas começando”, já que a Europol suspeita que o ICBC aplica o mesmo sistema em outros países em que está operando atualmente.