Um escritor tibetano morreu depois de colocar fogo em si para protestar contra o regime do Partido Comunista Chinês no Tibete. Esta foi a 53ª autoimolação nos últimos anos.
O escritor, de 43 anos, chamado Gudrub, pôs-se em chamas na área central da Prefeitura Autônoma Tibetana na quinta-feira, informou a publicação pró-Tibete Phayul. Ele teria morrido no local, mas seu corpo não foi entregue a família e, aparentemente, está sob custódia das autoridades locais.
De acordo com relatos de testemunhas oculares, Gudrub gritou, “Onde quer que vamos, não temos liberdade” e “Liberdade para o Tibete”, disse Phayul.
Antes de sua morte, Gudrub deixou uma carta, “Meus irmãos e irmãs da região das neves, olhando para trás no nosso passado, não há felicidade, apenas pesar, raiva, tristeza e lágrimas. Eu rezo para que o próximo ano novo traga saúde, sucesso e realização”, relatou o Tibet Post.
Uma testemunha disse à Rádio Free Asia via telefone que o homem realizou o ato de protesto “num mercado em Kham Driru” pela manhã. “A polícia chinesa o levou”, disse a fonte, falando em condição de anonimato.
Enquanto Gudrub enfatizava que os tibetanos deveriam ter “unidos”, as autoimolações foram condenadas na semana passada por exilados tibetanos proeminentes, incluindo o primeiro-ministro Lobsang Sangay. Eles observaram que a prática não se alinha com a posição de não-violência do movimento.
“O Tibete é um país pouco povoado e, na atual situação, perder mesmo uma vida é uma grande perda para o povo tibetano”, disseram os exilados numa reunião na cidade indiana de Dharamsala, Índia. “Por favor, preservem suas vidas no futuro”, disseram eles.
As autoimolações se tornaram mais frequentes entre os tibetanos na China e muitas foram realizadas por monges e monjas perto de mosteiros em Sichuan e Qinghai. Outro tibetano se pôs em chamas no início da semana passada em Qinghai, segundo relatos.
As autoridades chinesas têm reprimido duramente as regiões tibetanas na sequência dos protestos, justificando que é para “manter a estabilidade” diante da mudança da liderança marcada para novembro, quando o líder chinês Hu Jintao e o premiê Wen Jiabao devem sair. Críticos dizem que o termo é simplesmente uma tentativa de justificar os meios violentos adotados pelas autoridades que suprimem os direitos das pessoas que falam contra o regime.
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