Um ex-professor de jornalismo e escritor crítico, que foi detido há quase duas semanas, deveria ser libertado em 24 de setembro, mas foi posto novamente sob custódia.
Jiao Guobiao inicialmente não recebeu permissão para deixar a China e participar de uma reunião realizada pela organização literária ‘Centro Internacional PEN’ na Coreia do Sul que começaria em 6 de setembro.
Frustrado com essa restrição; em 11 de setembro, Jiao Guobiao escreveu um ensaio criticando o Partido Comunista Chinês por seu foco recente nas ilhas Senkaku, em disputa com o Japão, ao invés de se concentrar na reforma política interna.
No dia seguinte, sob a acusação nebulosa de “incitar a subversão do poder do Estado”, Jiao Guobiao foi levado de sua casa no distrito de Haidian em Pequim por agentes da segurança pública.
Ele deveria ter sido liberado em 24 de setembro, mas segundo um internauta chinês que segue seus movimentos de perto e posta mensagens regularmente, isso nunca ocorreu. O internauta usa o pseudônimo “German Bonn Su Yutong”.
“Jiao Guobiao […] está numa vila de férias anônima com o ‘Panda’”, disse a postagem enigmática de Su Yutong à 1h de sábado.
A referência a uma “vila de férias anônima”, quase certamente significa detenção arbitrária numa das instalações improvisadas que os agentes da segurança do Estado usam para trancar dissidentes; o termo “panda” é comumente usado por internautas para se referirem aos oficiais da segurança nacional, porque eles só podem ser encontrados na China.
A Rádio Free Asia (RFA) informou que um amigo visitou a casa de Jiao Guobiao em Pequim e descobriu que não havia ninguém lá e que, segundo este indivíduo, Jiao Guobiao foi colocado sob “vigilância domiciliar”. O termo é uma descrição técnica do que é uma detenção arbitrária num local secreto, aplicada regularmente a dissidentes.
Um colega que foi capaz de participar do evento na Coreia, Ye Du, disse que as autoridades provavelmente estavam furiosas com seu ensaio publicado no Boxun, um website dissidente no exterior. O ensaio minava o que ele caracterizou como as tentativas recentes do PCC de incitar o sentimento nacionalista contra o Japão.
“Antes do 18º Congresso do PCC, as autoridades querem um aumento nas emoções nacionalistas, assim, eles acham que tais opiniões [expressas por Jiao Guobiao] influenciarão a abertura do Congresso do PCC”, disse Ye Du à RFA.
Originalmente, as autoridades se prepararam para processar Jiao Guobiao e talvez enviá-lo para a cadeia, mas Ye Du disse que as tentativas do Centro PEN e outros, incluindo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, impediram tal desdobramento e, como consequência, ele foi simplesmente detido.
Ye Du disse numa entrevista com o Epoch Times que o PCC atacou Jiao Guobiao principalmente porque “eles não gostam dele”.
Jiao Guobiao foi professor-associado na Escola de Jornalismo e Comunicação da Universidade de Pequim, antes de ser suspenso em 2004, depois que publicou um artigo atacando o Departamento Central de Propaganda, a agência que controla a propaganda e a censura da mídia na China. De 1996-2001, ele foi um repórter conhecido num jornal patrocinado pelo Ministério da Cultura da China. Agora, pesquisas por seu nome estão bloqueadas no Sina Weibo.
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