Lü Gengsong, um escritor chinês e defensor da reforma política e da democracia na China, foi levado por seis agentes de segurança que invadiram e saquearam sua casa na tarde de 23 de outubro, sem dar qualquer explicação a sua família.
Os agentes da Secretaria de Segurança Pública de Hangzhou, que supervisiona os dissidentes chineses, revistaram a casa dele por duas horas antes de fornecer uma lista dos itens que foram confiscados – desta vez foram dois computadores e alguns documentos sobre casos de petição – e os levaram.
Hangzhou é a capital da província oriental de Zhejiang, conhecida por seu chá verde Longjing e edifícios religiosos.
Wang Xue’e, a esposa de Lü, disse que estava preocupada com sua segurança, numa entrevista aos Defensores dos Direitos Humanos Chineses, uma rede de advocacia voluntária que publicou um comunicado urgente sobre sua prisão em chinês.
“Este ano, até agora, eles já levaram seis computadores, incluindo o PC de nossa filha e alguns emprestados de amigos. Todos os nossos familiares têm vivido terrivelmente nos últimos anos. Não apenas a família é monitorada, mas nossa liberdade pessoal é frequentemente restrita. A casa foi saqueada várias vezes e minha filha e eu sentimos estar enlouquecendo.”
Os Defensores dos Direitos Humanos Chineses dizem que é a quarta vez este ano que Lü foi intimado e detido. As acusações são tipicamente variedades de “suspeita de subversão do poder do Estado” – um jargão generalizante e típico do Partido Comunista Chinês (PCC) usado para perseguir dissidentes. Desta vez, nenhuma razão foi dada.
A prisão de Lü ocorre num momento em que o PCC se tornou ainda mais agressivo com os dissidentes e defensores de todos os matizes. Isso também indica que o regime visa não apenas os dissidentes de manchete como Xu Zhiyong, que promoveu o conceito do Movimento Novo Cidadão, mas escritores menos públicos, como Lü, conhecido por escrever longos ensaios que analisam o funcionamento interno do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) do PCC. Lü passou três anos na prisão, de 2008 a 2011, por seus escritos, o que as autoridades afirmam ter sido uma tentativa de “subverter o Estado”.