Entre os métodos de tortura, que a Xinhua alegou serem falsos, estaria o uso de instrumentos normalmente inofensivos como escovas de dente. Os órgãos de segurança pública de Qingdao disseram a Xinhua que tudo era “um caso clássico de fabricação deliberada de ‘tortura’ de pessoas do Falun Gong”.
Mas o Minghui.org, o website principal que praticantes do Falun Gong na China usam para fornecer relatos em primeira mão de suas experiências, publicou uma longa exposição especificamente sobre o uso de escovas de dente como instrumentos de tortura, incluindo entrevistas com sobreviventes, imagens e descrições chocantes de como exatamente são usadas para infligir dor extrema.
O Minghui escreveu: “Na verdade, a tortura com escovas de dente em prisões do Partido Comunista Chinês não só existe, mas é muito utilizada.” E listou uma série de nomes comuns que policiais usam para descrever as torturas que teriam inventado, incluindo “tocar piano”, “comer um cigarro” e etc. Cada um representa um uso doloroso e, às vezes, macabro desse utensílio contra os praticantes do Falun Gong e outros detentos.
Zhang Chunting, um praticante do Falun Gong da vila de Qili em Qingdao, província de Shandong, contou a tortura com escovas de dente que experimentou: “Os guardas agarraram minhas mãos com força e em seguida inseriram o cabo da escova de dente no espaço entre os dedos e depois a torceram com toda a força. Eu podia ouvir o som dos ossos de meus dedos envergando e minha pele rasgando. Ainda tenho cicatrizes nas mãos.” A torção dilacera a pele e faz a carne sangrar e inflamar.
O artigo prosseguiu descrevendo 20 métodos de tortura diferentes, incluindo despir um praticante durante o inverno e encharcá-lo com água fria. Em seguida, guardas prisionais usam escovas de cerdas duras para escovar seus corpos vigorosamente até a pele ficar esfolada e sangrar profusamente. Mas a forma mais comum de tortura envolvendo escovas de dente, segundo o Minghui, é quando os guardas usam uma escova ou um conjunto delas juntas com as cerdas voltadas para fora e inserem-nas na vagina das detentas.
Outro método envolve usar escovas de dente para bater e quebrar os dentes e arrebentar as gengivas. Os pormenores de algumas técnicas de tortura, como “escovar do ânus” e outras similares são muito difíceis de descrever aqui.
David Ownby, um estudioso sobre a China da Universidade de Montreal, escreveu num livro de 2008, “Falun Gong e o futuro da China”, e afirmou que as fontes de direitos humanos do Falun Gong são “autênticas” e “amplamente respeitadas” pelas organizações internacionais de direitos humanos. Informações em sites do Falun Gong também costumam apresentar entrevistas independentes realizadas por essas agências.
Desde que a prática espiritual do Falun Gong foi proibida na China em 1999, milhares de praticantes foram presos, torturados e condenados a campos de trabalhos forçados. O website Minghui registrou mais de 3.600 adeptos que morreram em custódia das autoridades chinesas, mas o número total seria muito maior. De acordo com uma série de testemunhos, praticantes do Falun Gong e outros prisioneiros da consciência têm sido mortos por seus órgãos para serem vendidos no mercado negro de transplante. Vítimas dessas atividades envolveriam dezenas de milhares.
“O uso de escovas de dente para tortura é apenas um dos muitos métodos inventados pelo PCC contra praticantes do Falun Gong”, diz o Minghui.org. “Se uma dúzia de métodos de tortura diferentes pode ser criada a partir de uma simples escova de dente, podemos apenas imaginar quantos métodos de tortura existem.”