O Ministério da Agricultura da China tem pressionado o público a aceitar os produtos alimentares que contenham ingredientes de organismos geneticamente modificados (OGM), publicando artigos sucessivos que atacam opiniões contrárias aos alimentos transgênicos e afirmando em seu site que “alimentos transgênicos são tão seguros quanto produtos alimentares não-transgênicos”.
O ministério disse: “A tecnologia OGM deve ser tratada como um poder de competência central”, num esforço para acelerar o lento desenvolvimento agrícola e romper a chamada “chantagem tecnológica” dos países desenvolvidos.
Enquanto o site oficial do ministério promove e propagandeia os benefícios dos alimentos transgênicos, a China Business News (CBN) informou que um jardim de infância afiliado ao ministério afirmou em seu website que não usaria óleo de cozinha feito com ingredientes transgênicos, a fim de garantir a segurança alimentar das crianças. A notícia provocou um clamor público, fazendo o website ter de apagar rapidamente a declaração, mas não antes de capturas de tela da página circularem amplamente na internet chinesa.
De acordo com relatórios oficiais chineses, o ministério já certificou o algodão, arroz, milho e mamão transgênicos como seguros, e aprovou diversos produtos OGM importados como ingredientes na fabricação de alimentos. Só em 2012, a China importou mais de 58 milhões de toneladas de soja transgênica dos Estados Unidos, tornando-se o principal item de importação totalizando US$ 13 bilhões, superando o valor de aviões Boeing importados.
Embora o ministério se recusasse a comentar na reportagem da CBN, ele ainda responde agressivamente ao clamor público contra os produtos transgênicos, inclusive convidando “especialistas” da Academia Chinesa de Ciências, biólogos e nutricionistas, para publicar longos artigos em seu website oficial, defendendo alimentos transgênicos e criticando o público pela falta de conhecimento científico e oposição à ciência.