Escavações no Irã revelam agricultura de 10.000 anos atrás

16/07/2013 15:55 Atualizado: 06/08/2013 16:55
Muitas plantas que foram cultivadas no Crescente Fértil, no Oriente Médio, proporcionaram a base da economia e da alimentação da população mundial de hoje
Escavações no Crescente Fértil: arqueólogos da Universidade de Tubingen, na Alemanha, encontraram evidências de agricultura antiga em Chogha Golan (Foto: Simone Riehl)
Escavações no Crescente Fértil: arqueólogos da Universidade de Tubingen, na Alemanha, encontraram evidências de agricultura

antiga em Chogha Golan (Foto: Simone Riehl)

Cientistas encontraram evidências de que após 2.000 anos de experiência, perto de 9800 aC se estabeleceu a primeira agricultura doméstica no território do Irã, aos pés do Monte Zagros. As primeiras produções de trigo significaram uma base econômica para a população e seus conhecimentos se espalharam pela Eurásia ocidental.

Os arqueólogos descobriram que na região oriental do Crescente Fértil, que se estende da costa de Israel até o Irã, é um dos locais em que a agricultura nacional progrediu mais.

No sítio arqueológico de Chogha Golan, nas margens do rio Konjan Cham, além de ferramentas de pedra como a obsidiana e figuras representando seres humanos e animais, foi encontrado também “um dos mais ricos depósitos de plantas fossilizadas já descoberto no Oriente Médio”, informou a Universidade de Tubingen, na Alemanha.

Escavações no Crescente Fértil: arqueólogos da Universidade de Tubingen, na Alemanha, encontraram evidências de agricultura antiga em Chogha Golan (Foto: Simone Riehl)
Escavações no Crescente Fértil: arqueólogos da Universidade de Tubingen, na Alemanha, encontraram evidências de agricultura antiga em Chogha Golan (Foto: Simone Riehl)

Em busca das origens da agricultura no Oriente Médio, o estudo liderado pelo arqueólogo e professor Nicholas Conard e Mohsen Zeid, concentrou-se na análise de oito metros de profundidade de terra que pertenciam exclusivamente ao período compreendido entre 11700 e 9800 aC No espaço de dois anos, entre 2009 e 2011, sua equipe trabalhou com o Centro de Investigação Arqueológica Iraniano.Em Chogha Golan, a ocupação humana durou cerca de 2.000 anos a partir do período final da idade do gelo até aproximadamente 11.700 anos atrás. Foram encontrados cultivos ancestrais silvestres, tais como cevada silvestre, lentilhas, ervilhas e outros, que se repetem até o ano de 9800, quando aparece o trigo domesticado.”Durante 2.000 anos, a população foi se especializando até obter uma espécie domesticada”, informou a equipe de Conard e Zeid. “Este processo foi utilizado para a formação de núcleos da primeira população sedentária e de novas civilizações no Oriente Médio.”

Desta forma, os cientistas afirmam que houve o surgimento de  vários tipos de trigo, cevada e lentilhas. Mais tarde, eles adicionaram animais domésticos e os primeiros agricultores se espalharam pela Eurásia ocidental, gradualmente substituindo as populações de caçadores-coletores indígenas.

Ossada de animal encontrada em Chogha Golan (Foto: Mohsen Zeidi)
Ossada de animal encontrada em Chogha Golan (Foto: Mohsen Zeidi)

Estudos realizados com restos orgânicos indicam que no local havia grande número de cabras, javalis, gazelas, cavalos, bois, roedores, répteis, coelhos, pássaros, peixes e crustáceos de água doce.Os arqueólogos acreditam que, em muitas partes da região do Crescente Fértil, em certa época teria surgido o desenvolvimento da agricultura, no entanto, segundo a equipe da Universidade de Tubingen, os lugares mais habitados durante o período Neolítico pré-cerâmico, o foram por breves períodos, enquanto em Golan Chogha isso perdurou por longo tempo.

“Muitas plantas que foram cultivadas no Crescente Fértil do Oriente Médio proporcionaram a base da economia e da alimentação da população mundial atual”, destacaram Conard e Zeid em seu estudo.

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