Erik Koeppel captura o espírito da natureza em suas pinturas

01/09/2014 18:45 Atualizado: 01/09/2014 18:45

Imagens quase reais pintadas pela mão de um artista que acredita no divino. O norte-americano Erik Koeppel, em busca da perfeição e da assimilação à natureza em sua arte, desvenda a beleza e transmite um fascínio aos telespectadores.

O pintor

Erik Koeppel, mora em uma pequena cidade perto da White Mountain National Forest nos Estados Unidos. É uma pessoa contemplativa, um pensador. Ele discute sobre os grandes pensadores da história, Platão e Sócrates e fala sobre os grandes artistas do passado.

Para manter sua mente clara e focada em pintura no estilo dos mestres do passado, ele limita sua exposição a todos os meios de comunicação que nos atacam diariamente, como TV, rádio, internet. Ele também limita seu tempo no computador. A pintura vem em primeiro lugar em suas tarefas diárias. Vive em um lugar selvagem e assimila-se à velocidade da natureza, mergulhando no ritmo e humor do assunto que pinta.

Rejeitando a ‘arte contemporânea’

O grupo Koeppel, de pintores de paisagens, ativo em meados do século 19, tinha uma visão estética influenciada por uma perspectiva romântica da paisagem norte americana, onde os seres humanos e a natureza coexistiram pacificamente.

Como o deserto norte americano estava sendo rapidamente perdido, artistas da Escola do Rio Hudson partiram para capturar imagens das terras não desenvolvidas que restavam intocadas. Este grupo de artistas acreditava que a natureza em todos os seus variados modos é uma manifestação de Deus. Eles viajaram, pintaram o Catskills, as Montanhas Adirondack, as Montanhas Brancas de New Hampshire, e o deserto de Maine.

Koeppel completou seu bacharelado em finas artes na Escola de Designers de Rhode Island (RISD) em 2002.

“Naquela escola, eu me desentendia muito”, disse ele. “Eu encontrei um monte de gente que dizia que o que eu queria fazer era muito nostálgico e sentimental para esse momento de arte… que já não representa a nossa cultura hoje”.

“Eu creio em Deus”, disse ele. “Nossa experiência espiritual é predominantemente com a natureza, eu acho que seria muito fácil dizer que a maior parte da arte que os seres humanos criaram estava em acordo com o pensamento espiritual. Inevitavelmente … a busca pela verdade revela um princípio unificador. Ou o universo é apenas um turbilhão de átomos ou nele existe uma ordem, e que a ordem é bela.”

Koeppel fez um mestrado em finas artes em 2004 na New York Academy of Art e continuou trabalhando em Nova York até 2011. Durante este período, ele participou na parceria do Rio Hudson, um programa de verão desenvolvido pelo pintor realista estadunidense Jacob Collins, fundador do aclamado Grand Central Academy, em Nova York, onde ele agora serve como instrutor.

É preciso centenas de horas de estudos cuidadosos da natureza no campo. O programa tem a intenção de proporcionar um processo de transformação do artista, que pode ajudar a conduzir a uma ligação mais forte com a natureza.

Dentro da paisagem

No local escolhido para a pintura, Koeppel observa de perto a paisagem, fazendo desenhos e anotações das condições meteorológicas e elementos que o ajudarão criar pinturas maiores uma vez que ele volta ao seu estúdio.

Seu trabalho é frequentemente exibido em exposições, juntamente com as obras de arte da Escola do Rio Hudson. Koeppel trabalha duro em seu ofício, melhorando continuamente suas habilidades.

“Em vez de focar em carreira e dizer a mim mesmo: ‘Eu vou realmente fazer tudo o que puder para fazer o meu trabalho no exterior’, eu realmente foco em fazer as pinturas que  realmente gostaria de fazer”, disse.

A beleza é o cerne do trabalho de Koeppel. Ele pinta tranquilos dias de verão ou furiosas tempestades com chuva em toda a cena. Os céus são expansivos, as montanhas são magníficas e a luz é macia e dourada.

“Estes objetos visuais têm esse poder de nos afetar com a grandeza do potencial humano”, expressa. “Isso é a arte que eu queria fazer. E eu acho que essas ideias são duradouras e continuarão enquanto os seres humanos continuarem a ser o que são.”

Mary Byrom é um artista que trabalha em Nova Inglaterra. Ticiane é doutoranda em ciências na Universidade de São Paulo