Após o tufão Utor provocar inundações e devastação recentemente na província de Guangdong, no sul da China, os moradores imediatamente se queixaram de que o Estado não lhes enviou qualquer assistência. Agora, imagens de equipes de resgate numa área atingida mostram-nos à vontade e internautas dizem que os salva-vidas esperam os residentes pagarem-nos, para só então ajudá-los.
Um internauta escreveu numa postagem acompanhada de fotos sobre sua experiência numa das áreas mais atingidas, no município de Chendian, cidade de Shantou: “Eu trouxe comida para a Estrada Chendian para ajudar as vítimas que foram recém-resgatadas e vi dois botes salva-vidas e cerca de 10 membros de resgate em sapatos de couro despachados pelo governo conversando ao lado de um bote.”
“Eu perguntei por que eles não vão às áreas alagadas para resgatar as pessoas. Eles me disseram que não receberam quaisquer instruções de cima. Então, eu disse que eu compraria algumas coisas para as vítimas que não conseguem sair, por favor, ajudem-me a entregar-lhes. Eles disseram que não, vá falar com nossos supervisores. Pedi-lhes para emprestar seus barcos para aqueles que estão dispostos a fazer alguma coisa, mais uma vez eles disseram que não. Então, eu lhes perguntei: ‘Para que vocês estão aqui?’ A resposta foi: ‘Estamos aqui para tomar conta desses botes.’ Fiquei indignado e os xinguei. Com este tipo de ‘resgate’, como é que aqueles cercados pelas enchentes poderão estar livres do perigo?”
Outro blogueiro escreveu: “Foi divulgado na internet que a polícia militar pediu 200 yuanes [US$ 32] para salvar uma vítima e vendeu um pacote de macarrão por 50 yuanes [US$ 8]. Eu testifico que esses relatos são todos verdadeiros. Eles pedem dinheiro antes de tomarem qualquer atitude para resgatar as pessoas. Também quero dizer a todos, nós civis basicamente devemos ajudar uns aos outros. A polícia despachada pelo governo está presente como se estivesse assistindo a um show aqui.”
O internauta Deng Jiabao escreveu: “Na área de Chendian, os botes salva-vidas não foram usados para salvar ninguém. Eles foram usados para fazer dinheiro. Com o dinheiro pago, eles entrarão na casa para prestarão socorro. Sem dinheiro, eles preferem deixar os barcos ociosos lá do que emprestá-los a alguém. Eu vi bebês em barris de madeira, protegidos pelos pais. Meu coração dói. As pessoas nas áreas atingidas podem ser carregadas pelas enchentes a qualquer momento.”