Entendendo a fitoterapia chinesa – Parte 2

26/11/2013 15:39 Atualizado: 26/11/2013 15:41

A fitoterapia chinesa utiliza minerais naturais, plantas e substâncias animais como medicamentos. Essas substâncias têm efeitos colaterais mínimos quando tomadas no momento certo, para a doença certa. No entanto, tomá-las de forma errada pode ser prejudicial.

Por exemplo, a erva astrágalo (Huangqi) deve ser tomada com cuidado por aqueles que possuem pressão arterial elevada ou febre alta, devido a possíveis infecções agudas.

É essencial para qualquer um que queira se beneficiar da fitoterapia chinesa, que se consulte com um doutor de medicina chinesa, para obter uma avaliação com base nas teorias e técnicas de diagnostico da medicina chinesa, incluindo as leituras do pulso e da língua.

Quando avaliar um paciente, o profissional de medicina chinesa deve primeiro identificar quais meridianos e órgãos estão desequilibrados. Por exemplo, os meridianos do fígado e estômago são frequentemente afetados pela indigestão. O profissional deve determinar a natureza da energia que está fora de equilíbrio: como muita energia ou pouca energia, energia estagnada, bloqueada ou se movendo na direção errada.

Tomemos o refluxo ácido como exemplo. Pode ser que exista energia estagnada no fígado, afetando o fluxo de energia do estômago, que está agora se movendo na direção errada. Se for uma condição crônica, o paciente pode ficar muito cansado e desnutrido.

Sofrimento emocional, raiva e especialmente ressentimento, muitas vezes causam estagnação na energia do fígado. Pacientes com este tipo de desequilíbrio podem também sofrer de enxaquecas, depressão, insônia, irritação intestinal e dores crônicas nos tecidos profundos.

Quando um doutor de medicina chinesa reúne todas as informações, ele formula um diagnóstico de desequilíbrio energético, e formula um remédio individual de medicina chinesa.

Quatro tipos de ervas

Na maioria dos casos, quatro tipos de ervas são incluídas na fórmula. A primeira é chamada de “imperador”. O imperador representa as ervas que tratam os principais sintomas e suas causas subjacentes.

A segunda é chamada “ministro”. O ministro ajuda o imperador a realizar um melhor trabalho, e também trata os sintomas acompanhantes e suas causas subjacentes.

O terceiro é chamado de “assistente”. O assistente é a erva que ajuda ambos os imperador e ministro, e também harmoniza a fórmula eliminando possíveis toxinas e efeitos colaterais.

A quarta é chamada de “embaixador”. O embaixador é a erva que garante que a fórmula alcance os órgãos e meridianos específicos. Cada tipo pode ser constituído por mais de uma erva.

Muitas vezes, para o tratamento com ervas tradicionais, os pacientes fazem uma decocção (preparo medicinal) utilizando uma fórmula com ervas puras. Deve-se seguir as instruções e procedimentos específicos, e beber a decocção duas vezes ao dia, normalmente sem alimentos. As vezes, extratos concentrados de ervas também podem ser feitos em cápsulas.

Os pacientes, muitas vezes, são aconselhados a não comerem alimentos frios, crus, picantes, ou alimentos quentes e picantes.

Tradicionalmente, a acupuntura é administrada diariamente, mas ela é usada com muito menos frequência nos Estados Unidos. No tratamento de doenças complicadas e crônicas, e no tratamento de pacientes que são muito deficientes em energia, a união da fitoterapia chinesa com a acupuntura pode ser inestimável.

Dr. Jingduan Yang é psiquiatra credenciado e médico de quarta geração da medicina chinesa. Seu website é o taoinstitute.com.