Exibido em 26 países e indicado ao Oscar, o documentário ‘China Livre: A Coragem de Crer’ – Free China: The Courage to Believe, em inglês – estreou no Brasil nesta quinta-feira (5), em Santa Catarina, durante o 19º Encontro Nacional de Estudantes de Relações Internacionais (ENERI).
O filme aborda temas atuais como: a política do filho único, a extração ilegal de órgãos promovida em escala industrial pelo Partido Comunista Chinês, bem como as tecnologias anti-censura que estão quebrando o grande firewall da internet chinesa e promovendo a liberdade de informação na China, e a real situação dos direitos humanos da população naquele país.
Organizado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), no município do Balneário de Camburiú, no estado de Santa Catarina, o ENERI ocorre entre 4 e 7 de junho.
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A partir de relatos sobre a perseguição ao Falun Gong na China, iniciada em 1999 pelo regime, o documentário conta a história da perspectiva de um chinês naturalizado americano, Charles Li, e uma ex-membro do Partido Comunista Chinês, Jennifer Zeng, que sofreram graves abusos de direitos humanos por suas crenças. Falun Gong é uma prática espiritual tradicional chinesa popularizada na década de 90.
‘China Livre: A Coragem de Crer’ acumula em seu currículo diversos prêmios recebidos nos Estados Unidos e na Europa. É vencedor de cinco festivais internacionais de cinema e indicado a nomeações para o Oscar de melhor documentário e melhor trilha sonora, incluindo a de melhor trilha sonora do ‘Music in Media Awards’ de Hollywood.
Debate
Após a apresentação do ‘China Livre’ no ENERI, ocorreu uma seção de perguntas e respostas com os palestrantes Patrícia Murillo, uma ativista de direitos humanos, e Felipe Santiago e Ticiane Rossi, representantes no Brasil da NTD Television (co-produtora do filme junto com a World2Be Productions), e DAFOH (sigla em inglês para Médicos Contra a Extração Forçada de Órgãos), respectivamente.
Ao fim do debate, foi apresentada ao público uma nova petição global contra a extração forçada de órgãos que está sendo promovida pelo DAFOH este ano. O documento será enviado ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) visando deter a perseguição aos praticantes do Falun Gong, cristãos, tibetanos, uigures, dissidentes políticos, ativistas pelos direitos humanos entre outras minorias e levar os responsáveis à Justiça internacional.
Em dezembro de 2013, o Parlamento Europeu, aprovou uma resolução alertando a República Popular da China que a prática da extração forçada de órgãos é inaceitável e deve cessar imediatamente. A deliberação utilizou a edição anterior da petição do DAFOH, também remetida à ONU, e que naquele ano coletou mais de 1,5 milhão de assinaturas em todo o mundo pelo fim das perseguições e da pilhagem serial de órgãos de prisioneiros de consciência na China.