Em várias clínicas, um dos tratamentos mais frequentes é o emagrecimento pela acupuntura. Parece ser bem conhecido que a acupuntura é um método muito efetivo no processo de emagrecimento, porém muitos desconhecem o seu porquê e o seu mecanismo de funcionamento.
Neste artigo, explicaremos como é visto o emagrecimento do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e como atua a acupuntura em nosso corpo durante este processo.
Na MTC, a saúde não é nada mais que um estado de equilíbrio. Equilíbrio entre o funcionamento dos órgãos, equilíbrio na energia defensiva frente às energias patogênicas, equilíbrio entre a atividade e o descanso, equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito, etc. Dizemos que, enquanto o corpo está em equilíbrio, a pessoa estará saudável, e se existe alguma anomalia, é porque alguma coisa em seu mecanismo biológico saiu do natural estado de equilíbrio.
No caso concreto da obesidade ou sobrepeso, estaríamos falando de um desajuste no equilíbrio entre a ingestão de alimentos e o consumo deles – consumo que os transforma em energia disponível para atividades através do metabolismo.
Em muitos casos, a perda das gorduras excedentes do corpo se consegue simplesmente com uma reeducação alimentar e um adequado plano de exercícios, equilibrando assim a ingestão e o consumo.
Todavia, em muitos outros casos, ainda que a pessoa tenha sido submetida a um regime rigoroso de alimentação e a um plano de exercícios, muito tempo pode transcorrer sem que se consiga o objetivo de perder peso. Então, teríamos que observar se existe algum desajuste no funcionamento dos órgãos, especialmente os do sistema digestivo.
Na MTC, falamos do “excesso do estômago e fraqueza do baço”. Na visão da MTC, o estômago é o órgão que recebe os alimentos e o baço (na MTC, o baço e o pâncreas são vistos como uma entidade funcional integrada – mas geralmente utilizamos o termo “baço” para designar tal entidade)) é o órgão que os elabora e os transforma em matéria energética nutricional, a qual é transportada para todas as partes do corpo pelo sangue, que por sua vez distribui e fornece a energia.
Uma pessoa com um estômago forte pode comer muitos alimentos. Entretanto, se o funcionamento do baço é débil, não terá força suficiente para transformar a alimentação em substâncias nutricionais, e estas então, se converterão nas gorduras depositadas subcutaneamente, que, na realidade, são materiais não aproveitados pelo metabolismo e convertidos em lixo do corpo.
É como se fosse uma fábrica, em que, devido à deficiência das máquinas, os produtos fabricados são defeituosos e não aproveitáveis, e se acumulam no almoxarifado, prejudicando por demais toda a cadeia de produção da fábrica. Solução? Muito fácil: ajustar a máquina para retirar os produtos aproveitáveis de alta qualidade.
Aplicando esta teoria no processo de emagrecimento através da acupuntura, estimulamos o metabolismo dos órgãos do sistema digestivo, especialmente o baço, aumentando assim o seu rendimento de trabalho, não somente na transformação dos alimentos em nutrientes, mas também para que tenha força suficiente para eliminar os excedentes acumulados anteriormente.
Desta forma, os órgãos estarão bem nutridos por sangue e energia, trabalhando melhor e ficando em equilíbrio e harmonia. A pessoa se sentirá menos pesada, com mais energia e mais firmeza nos músculos e não sofrerá nenhum tipo de alteração química e hormonal que poderia acontecer com outros métodos de emagrecimento mais agressivos e mais imediatos, porém menos saudáveis e naturais.
O emagrecimento é o resultado do processo de tornar a equilibrar nosso metabolismo, melhorando o rendimento dos órgãos e eliminando os excedentes desnecessários do corpo. Agora que seu corpo pode estar mais limpo, com menos cargas e mais ágil, através de um tratamento com um acupunturista competente, também é o momento de se reencontrar com um novo estilo de vida mais saudável e que proporcione maior vitalidade.
E por que há determinadas regiões do corpo que acumulam mais gordura e são mais difíceis de emagrecer? Qual é a quantidade adequada de ingestão de alimentos e de líquidos? E como podemos controlar o apetite e a ansiedade de comer? As respostas a estas perguntas estarão na segunda parte deste artigo, na próxima edição.