Horace “Woody” Brock, presidente e fundador da Strategic Economic Decisions (empresa de consultoria em economia), é um grande fã de investimentos em infraestrutura. O estudioso de economia informou que os Estados Unidos investirá US$ 10 trilhões (R$ 39.59 trilhões de reais) em infraestrutura pública em 2016. De acordo com Brock, entretanto, a China perdeu a mão ao investir nesta área.
O economista cedeu uma curta entrevista ao Epoch Times, onde fala sobre o assunto.
Epoch Times: A China tem investido mais em infraestrutura do que qualquer país durante a última década. Você acredita que isso trará um alto retorno para eles no futuro?
Woody Brock: A resposta é bem clara. Quando se constrói estradas que não levam a lugar nenhum e cidades vazias, você tem uma grande taxa de retorno negativa.
Num primeiro momento, a China não fez isso. Entre 1981 e 2005, na minha opinião, a China investiu muito dinheiro, brilhantemente, em infraestrutura, mas eles tinham feito do jeito certo. Quando eles faziam um empréstimo, eles não construíam uma estrada que levava a lugar nenhum. Havia uma nova cidade para conectar com as rodovias, e então chegavam os trens.
Eles fizeram isso por 25 anos. E a teoria diz: isto deveria ter aumentado enormemente a produtividade e crescimento econômico, e foi o que aconteceu. Uma boa teoria nunca dá errado.
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Epoch Times: Mas, então, o que aconteceu?
Woody Brock: Antigamente, você nunca ouvia sequer uma palavra sobre inadimplência na China. Mas isso começou a aparecer a partir de 2010. Quando a crise financeira global aconteceu, a estratégia de exportação da China caiu por terra.
Eles esperavam que o consumo subisse e o investimento caísse de 45 para 32 por cento do PIB. No entanto, como isso não funcionou, eles tiveram que voltar com os enormes gastos de investimentos para manterem as pessoas trabalhando, enquanto a expectativa sobre a exportação ia por água abaixo.
Eles tinham que fazer isto porque a China é diferente da Rússia. Na Rússia, quando você tem uma depressão, os trabalhadores vão beber. Mas na China, eles fazem motim por odiarem o Partido Comunista, que é, em sua maioria, composto por bandidos e vigaristas.
O regime tem pavor das pessoas. E é por isso que … Xi Jinping está dizendo aos bancos: “Eu não me importo se vocês estão perdendo dinheiro, não parem de financiar essas coisas novas. As fábricas não podem parar de produzir produtos. Temos que manter as pessoas trabalhando”.
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Epoch Times: Qual a sua opinião sobre a atual desaceleração econômica da China?
Woody Brock: A China está em apuros agora por ter construído 18 cidades. E eles têm uma enorme dívida, não por terem errado, mas por não terem investido em coisas boas. Eles não investiram.
Eles só mantiveram os trabalhadores em seus postos. O mundo está impressionado com o fato de que a China atravessou a Grande Recessão e manteve seu PIB. Criar buracos que não levam a lugar algum, como Joyn Maynard Keynes apontou, mantém o PIB crescendo.
Mas, então, algo aconteceu em 03 de janeiro de 2013, quando o mundo estava em recuperação. O regime da China olhou em sua caixa postal e adivinhe o que não tinha chegado? Um cheque de pagamento do aluguel. Não havia crescimento, e foi por isso que alguns bancos regionais entraram em colapso.