Economia agrária chinesa avança em galopante decadência

03/09/2013 10:28 Atualizado: 03/09/2013 10:28
A redução das áreas agrícolas para exploração imobiliária e a má gestão do solo com uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes, além da contaminação da água e do solo com resíduos industriais, sinalizam uma crise agrícola crescente na China (Arquivo Epoch Times)
A redução das áreas agrícolas para exploração imobiliária e a má gestão do solo com uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes, além da contaminação da água e do solo com resíduos industriais, sinalizam uma crise agrícola crescente na China (Arquivo Epoch Times)

Nas últimas décadas, a economia chinesa conseguiu se projetar no cenário internacional, tornando-se um centro industrial de manufaturados; porém, apesar da expansão industrial, a produção do setor primário sempre foi a base da economia chinesa. No entanto, enquanto a China se expande no setor manufatureiro, ela demonstra indícios de que está perdendo a capacidade de sustentar a economia interna do setor primário – o que pressiona tem pressionado os pequenos produtores e obrigado a China a passar a importar alimentos desde 2010, apesar de ser tradicionalmente um grande produtor agrícola.

Uma das maiores causas para o declínio do setor agrário chinês é a deterioração dos recursos naturais, em especial a grave poluição das águas e do solo: estima-se que 20% do terreno arável na China esteja contaminado por metais pesados – principalmente cádmio e chumbo – devido à irrigação com água contaminada por resíduos industriais. Além disso, no panorama geral observa-se uma má administração do uso do solo, visto em problemas como o uso abusivo de agrotóxicos e fertilizantes, que aumentaram drasticamente o nível de acidez do solo – em 2010, o nível médio de pH do solo chinês atingiu 5.07, muito longe da faixa ideal de 6.5 a 7.0. Além desses fatores, a própria expansão das cidades chinesas diminuiu a área total de terreno reservado à agricultura em 6.2% em 16 anos. Em última instância: a agricultura da China está com menos espaço e com menor produtividade.

Ao final do ano de 2013, a China deve importar cerca de 3 milhões de toneladas de arroz e assim se tornar o maior importador do artigo, superando a Nigéria. O fenômeno é uma combinação do rígido controle de preços exercido pelo governo chinês, aliado à falta de confiança dos consumidores em relação à segurança alimentar, tendo em vista os recentes escândalos de comercialização de arroz contaminado por cádmio. Ambos os fatores tornam o arroz de produtores vizinhos como Vietnã, Mianmar e Paquistão mais atrativos para os chineses, principalmente devido aos baixos preços. O governo chinês vem tentando conceder subsídios ao agricultor, porém, devido às crescentes importações, muitos produtores optaram por cultivar outros gêneros, diminuindo a oferta interna de arroz e pressionando os preços ainda mais para cima, o que a médio e longo prazo pode representar um perigo para o setor agrícola chinês.