Ebola: estudantes da Guiné-Bissau na Rússia temem ataques da população

17/10/2014 07:00 Atualizado: 16/10/2014 20:52

Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia pedem a intervenção das autoridades guineenses junto do governo de Moscou por recearem ataques da população que os aponta como portadores do vírus ebola, disse um dos alunos a uma rádio local.

Elísio Barbosa, presidente da Associação dos Estudantes Guineenses na Rússia falou, em contato telefônico com uma rádio de Bissau, que a população da cidade de Oriol (a 400 quilômetros da fronteira com a Bielorússia e com a Ucrânia) “está furiosa com os estudantes africanos”, nomeadamente os guineenses.

Quinze estudantes guineenses, contemplados com bolsas de estudo do governo russo, chegaram a Moscou na terça-feira (14) e um dos jovens foi levado ao médico por ter febre.

Concluiu-se que não se tratava de ebola, explicou Elísio Barbosa, mas, mesmo assim, o espaço da residência de estudantes onde se encontram instalados foi desinfetado.

“Qual não foi o nosso espanto quando uma equipe de televisão chegou à residência e começou a entrevistar os alunos da Guiné-Bissau. Por ter colocado as suas imagens na televisão local, a população pensou que estavam infectados com o vírus ebola”, disse Barbosa.

Após a emissão da notícia, houve estudantes africanos ameaçados de morte, adiantou, considerando que a situação “não deve ser menosprezada”.

Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o ebola já causou 4.493 mortos em 8.997 casos registrados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).

A OMS teme um expressivo aumento do número de infecções que estima poderem subir até aos 10.000 novos casos por semana (atualmente registram-se mil) até ao final do ano na África ocidental.

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Editado pelo Epoch Times