A epidemia de ebola ainda está em expansão, mas a Organização Mundial de Saúde ressalta que há sinais positivos em dois dos países afetados pela doença: Nigéria e Guiné Conacri.
A Nigéria é o primeiro país a estabilizar a evolução da doença, com 12 casos confirmados desde que o ebola foi detectado em Lagos, em 20 de julho, e todos devido ao contato directo com o liberiano de origem americana que levou o vírus para o país e que morreu cinco dias depois.
No entanto, os números globais continuam piorando: no último registro de 16 de egosto, havia 2.237 casos de infecção e 1.229 mortos (84 em apenas três dias) confirmados na Guiné Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, onde já se passaram 21 dias sem novos casos – período de incubação do vírus – pelo que a OMS diz poder ter uma interpretação otimista da evolução da doença na Nigéria, mesmo que os protocolos definam ser necessário deixar passar um período de 42 dias, duas vezes o período de incubação, para que um país seja considerado livre do ebola.
A Nigéria tem 177 milhões de habitantes, país mais populoso da África, e tem também o PIB mais elevado do continente, motivo pelo qual era uma prioridade conseguir travar a evolução da doença no país.
Sinais mais preocupantes chegam da Libéria, onde o número de casos infectados duplica a cada 15 dias, e da Serra Leoa, onde duplicam a cada 30 dias. Na Guiné Conacri a doença não está controlada, mas a velocidade de propagação passou dos 86 para os 91 dias, o que confirma que a expansão está desacelerando. Fadela Chaib, porta-voz da OMS, disse que “há sinais que dão alento nestes dois países e o que é positivo na Nigéria é que só foi identificada uma cadeia de transmissão”.
A Libéria tinha o caso mais preocupante para a OMS, devido à fuga dos 17 doentes do centro de isolamento em Monróvia, quando este foi atacado. As 17 pessoas retornaram ontem (19) “a pé, por eles próprios, para o hospital JFK”, disse o ministro de Informação liberiano, Lewis Brown, à AFP.
A OMS continua pedindo “medidas extraordinárias” às autoridades dos países afetados, enquanto os países vizinhos continuam a apostar no fechamento de fronteiras como principal medida preventiva. Na segunda-feira (15) foi a vez de Camarões fechar fronteiras com a Nigéria e ontem a Guiné Equatorial anunciou a suspensão de todos os voos da companhia aérea Ceiba Intercontinental para a África Ocidental. Um caso que deve ser acompanhado pelas autoridades portuguesas, porque na companhia aéra da Guiné Equatorial trabalham vários pilotos e tripulantes portugueses contratados pela companhia White Airways, que faz a operação de quatro aviões da Ceiba, proibida de viajar para a Europa. Dois dos seus aviões, um Boeing 777-200 e um Boeing 737-800, viajam com registro português e a Ceiba deverá adquirir em breve mais dois aparelhos, para serem também operados pela White.
Ontem voltou a surgir um caso suspeito na Alemanha, mas que foi rapidamente desmentido. Uma mulher que nasceu na Nigéria e que disse ter entrado em contato com pessoas infectadas deu entrada num hospital em Berlim, mas teria apenas uma gastroenterite. Mesmo assim foi colocada em isolamento. Na segunda-feira, um passageiro provocou a ativação do plano de alerta sanitário no aeroporto de Barajas por apresentar um quadro de espasmos e vômitos, tendo sido levado para um hospital de Madrid onde foi confirmado que era um alarme falso.
Editado pelo Epoch Times