As autoridades sanitárias norte-americanas confirmaram ontem (12) o primeiro caso de contágio de ebola nos Estados Unidos, de uma enfermeira que tratou um liberiano doente num hospital do Texas.
“Os testes efetuados no sábado à noite confirmam que a enfermeira está infectada com ebola”, anunciaram os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em comunicado.
A nota acrescenta que esta confirmação da infecção “é uma notícia perturbadora para a doente, a família, os colegas e toda a comunidade de Dallas”, onde se situa o hospital Texas Health Presbyterian.
“Os CDC e o Departamento de Serviços de Saúde do Estado do Texas estão confiantes de que a propagação da doença na comunidade pode ser prevenida com as medidas de saúde pública apropriadas”, acrescentam as autoridades.
A enfermeira trabalhava no centro hospitalar Texas Health Presbyterian, de Dallas, onde foi tratado o liberiano Thomas Eric Duncan, internado em 28 de setembro e que veio a falecer em 4 de outubro.
“Ignoramos o que se passou durante o tratamento do paciente, mas a dado momento houve uma falha no protocolo de segurança que causou o contágio”, disse hoje Thomas Frieden, diretor dos CDC, numa conferência de imprensa.
A paciente está “estável, apresenta sintomas ligeiros e uma febre baixa”, acrescentou.
As autoridades mantêm sob vigilância 48 pessoas que entraram em contato com Duncan durante a hospitalização, e também tentam descobrir quem esteve em contato com a enfermeira agora também infectada.
O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, ordenou ontem que se realize “o mais rápido possível” uma investigação quanto a “aparente” falha nos protocolos de controle de infecção que originou o contágio de uma enfermeira com ebola.
De acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama falou por telefone com a secretária de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Sylvia Burwell, sobre o contágio que ocorreu no hospital de Dallas, no Texas, onde faleceu um liberiano infectado.
Obama pediu ainda que as autoridades federais de saúde tomem medidas adicionais “imediatas” para garantir que os hospitais e os fornecedores de cuidados de saúde em todo o país estejam “preparados” para seguir os protocolos adequados no tratamento do vírus.
Trata-se do segundo caso de contaminação fora do continente africano, depois de Teresa Romero, uma auxiliar de enfermagem de 44 anos ter sido infectada ao tratar um missionário que morreu depois de ter sido repatriado da Serra Leoa para Espanha.