É tempo de quebrar os brinquedos violentos de Zhou Yongkang

16/04/2012 03:00 Atualizado: 16/04/2012 03:00

Zhou Yongkang numa visita a França em 2006. (Daniel Velez/AFP/Getty Images)Em 10 de abril, logo depois que Bo Xilai foi removido do Comitê Permanente do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCCh), protestos ocorreram na cidade de Chongqing, Quanzhou, Fujian e Xiamen, um após o outro. As autoridades enviaram forças policiais para limpar as multidões. A situação em Chongqing foi especialmente grave, e a repressão foi dura. Fotografias na internet mostram que a polícia armada interveio.

Na verdade, eu acho que a revolta em Chongqing e Fujian deveriam instar o Presidente Hu Jintao e o Primeiro-Ministro Wen Jiabao a remover Zhou Yongkang, o chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, a fim de ganhar a confiança do povo.

Zhou Yongkang quer ver tais levantes, porque eles vão lhe dar a desculpa de que o povo chinês não deve ser exposto a qualquer esperança. Como as pessoas sentem que a pressão da opressão está enfraquecendo, é claro que eles vão lutar por seus direitos. A menos que a violência seja usada, tais protestos podem se espalhar para todo o país. É também por isso que o incidente de 4 de junho não pode ser reabilitado. Quanto à opressão violenta, essa é a especialidade pela qual Zhou Yongkang é conhecido. Se o PCCh quer preservar seu poder, ele tem de contar com Zhou Yongkang.

Mas para Hu e Wen, a razão pela qual eles estão vendo a atual situação do PCCh é por causa da inclinação a violência de Zhou Yongkang e seu grupo. Os conflitos sociais podem ser prevenidos protegendo-se a liberdade de expressão e tornando a Justiça independente. Eles podem ser resolvidos através do diálogo e da discussão. Mas o PCCh tem o hábito de pensar através da lente da violência. Nas últimas décadas, os conflitos na China têm-se acumulado e levaram ao que está ocorrendo hoje.

Após a Revolução Cultural, alguns oficiais do PCCh, como Hu Yaobang, Zhao Ziyang e Qiao Shi colocaram algum esforço em estabelecer um sistema jurídico e tentaram atingir a meta de “um Estado baseado no regime da lei”.

Mas em 1999, depois de Jiang Zemin iniciar à repressão ao Falun Gong, a situação piorou. Como o número de praticantes do Falun Gong chegava a 100 milhões e eles são bons cidadãos, para suprimir o Falun Gong, os sistemas legal e judiciário tiveram de ser esmagados primeiro.

Assim, Jiang Zemin estabeleceu um departamento infiltrado, a “Agência 610”, e colocou o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos encarregado da agência. Toda a polícia, os tribunais, a segurança pública, as relações exteriores, o comércio e os departamentos médicos tiveram de obedecer à Agência 610, e a estrada para a perseguição foi pavimentada. O poder do Comitê foi alargado, e Luo Gan, um aliado de longa data de Jiang, tornou-se seu secretário.

Na década que o Falun Gong tem sido perseguido, a justiça e a ordem na sociedade chinesa têm diminuído. Com o desaparecimento da justiça, a lei da selva prevalece. Quem é forte terá o poder. Esta é uma razão fundamental para a sociedade injusta chinesa e uma desgraça para o povo chinês.

O PCCh usa mais de 700 bilhões de RMB (c. 111 bilhões de dólares) para manter a estabilidade política, um orçamento maior do que o militar inteiro. Enquanto Hu e Wen enfrentam a situação em Chongqing e Fujian, uma pergunta que eles têm de fazer é, “se continuarmos a fazer as coisas assim, quando haverá um fim?”

Por que Zhou Yongkang e Bo Xilai se revoltam? Eles estão com medo que uma vez que a repressão ao Falun Gong se enfraqueça, o órgão de poder inteiro será abalado pela verdade revelada pela perseguição ao Falun Gong, e eles serão engolidos pela revolta dos cidadãos não-Falun Gong. Esse será o momento para que eles serem punidos. Embora Bo e Zhou sejam ambos cruéis, por quanto tempo pode continuar a perseguição?

Se Hu Jintao e Wen Jiabao puderem agarrar esta oportunidade, capturar Zhou Yongkang e anunciar seus crimes, dissolver o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos e parar a perseguição às pessoas, eles podem preservar seus próprios legados em meio ao turbilhão do Partido e promover a confiança do povo chinês.