Economistas e o público expressam ceticismo sobre a precisão dos dados econômicos divulgados recentemente pelo regime chinês e julgam que os números foram manipulados.
Um relatório de 9 de agosto mostrou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,8% em relação a julho de 2011. Esta foi a primeira vez em dois anos e meio que o IPC subiu menos de 2% numa comparação ano-a-ano.
Mas as pessoas na China não acham que esse valor seja correto.
A Sra. Wu de Shanghai disse ao Epoch Times, “Tudo está ficando mais caro. Com meu aluguel acima de 2 mil yuanes (314 dólares) por mês, eu mal consigo sobreviver. A comida é muito cara e continua subindo. 100 yuanes agora compram menos do que 50 yuanes antes.” Em cidades menores, o público manifestou o mesmo sentimento sobre o aumento dos preços. O Sr. Cao de Nanchang disse que come pouca carne nestes dias, porque não pode mais pagar.
O Sr. Cui de Shenyang disse ao Epoch Times, “É óbvio que os preços estão subindo. Frutas, verduras e carne estão ficando cada vez mais caros.” O Sr. Cui também disse que os recém-graduados universitários que ele conhece também acham que os preços estão muito elevados.
A Rádio Free Asia entrevistou vários moradores na China continental. A opinião geral era que a cada mês, os preços de produtos como óleo de cozinha e carne de carneiro têm aumentado 5-10%.
Lu Zhengwei, economista-chefe do Banco Industrial da China, disse ao Beijing News que, embora a velocidade de crescimento tenha diminuído, os preços continuam subindo.
O número do IPC lançado oficialmente tem caído há vários meses. Da mesma forma, os números recentes do PIB e indicadores futuros oficiais do Índice dos Gerentes de Compras (PMI) mostram que a economia da China parece estar tendendo para baixo. Como resultado, vários dos principais bancos, incluindo HSBC, Nomura, Bank of America, Barclays e ANZ, acreditam que as autoridades continuarão a injetar dinheiro na economia e reduzir as taxas de juros para estimular o “crescimento estável”. Na história recente, o regime chinês sempre estimulou a economia se o IPC e o crescimento econômico eram lentos, para impulsionar o crescimento sem o risco de níveis elevados de inflação.
Xie Tian, professor de marketing da Universidade da Carolina do Sul Aiken, afirmou que o número do IPC divulgado pelo regime não reflete o aumento de preços real. Ao contrário, é um número artificial criado para lançar novas políticas econômicas.
Li Yiping, professor de economia da Universidade Popular da China, disse em entrevista à NTDTV, “Eu não sei de onde veio [o IPC]. Normalmente, uma estatística está próxima do sentimento geral do povo. Aqui, a discrepância é enorme. Perde completamente toda a credibilidade. Se o IPC pode ser ajustado à vontade, então não tem valor objetivo.”
Desde abril, a política oficial do regime chinês tem sido a de estimular a economia. Mais de 200 projetos por mês são aprovados pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma. No nível local, desde finais de julho, Ningbo, Nanjing e Changsha implementaram políticas para aumentar o investimento do governo local. Os governadores das províncias de Sichuan, Guangdong e Guizhou manifestaram interesse em aumentar o investimento.
O economista Cheng Xiaonong disse que, como o regime chinês ainda estimula a economia, os preços ao consumidor continuarão a aumentar e alta inflação também ocorrerá. Se isso aparecerá no IPC oficial é outra questão.