RIO DE JANEIRO – Demitido no último domingo, pouco depois de chegar da África do Sul, o treinador brasileiro Caetano Bledorn Verri, mais conhecido como Dunga, sai com um sólido histórico de dois títulos, a Copa das Confederações de 2009 e a Copa América de 2007, fortemente ofuscado por uma Copa do Mundo decepcionante.
O Brasil foi eliminado pela Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo na sexta-feira passada. Eles não melhoraram o resultado da quarta-de-final de 2006.
“A comissão técnica da seleção brasileira está demitida. [A] nova comissão técnica será anunciada ainda este mês”, dizia o site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Numa carta ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Dunga agradeceu a oportunidade de liderar a equipe nacional e disse que os “erros do passado”, vistos na equipe do Brasil em 2006, foram corrigidos durante sua administração.
“A respeito de 2006, nós renovamos o elenco do time de futebol do Brasil. Mais uma vez, somos respeitados no cenário mundial e, fundamentalmente, temos respeito pela seleção brasileira de futebol e, por extensão, pela CBF mesma”, escreveu o ex-técnico Dunga para Teixeira.
O técnico disciplinador, que ousou deixar de fora da equipe astros como Ronaldo e Ronaldinho como prova de que em sua equipe “ninguém jogaria por causa do nome”, foi considerado por muitos como sendo autoritário e teimoso. Mas apesar das críticas enormes da imprensa e dos torcedores, Dunga teve o melhor desempenho entre os treinadores brasileiros na última década.
Em 57 jogos, ele acumulou 40 vitórias, 11 empates e sofreu apenas seis derrotas. Uma taxa de sucesso de 76,6%, superando o resultado de 73,2% de Carlos Alberto Parreira em seu último mandato, e o de 74,3% do campeão de 2002 Luis Felipe Scolari.
Mas os números não salvaram Dunga. Com a frustração de deixar a Copa do Mundo cedo e o sonho do sexto título adiado, os torcedores parecem ter esquecido a vitória sobre os Estados Unidos na final da Copa das Confederações, também realizada na África do Sul, bem como o título de campeão da Copa América, vencendo a rival Argentina em Rosario em 2007.
Um representante da CBF confirmou que cinco nomes estão sendo avaliados para assumir o comando da seleção brasileira. Uma vez que o Brasil sediará a Copa do Mundo em 2014, a responsabilidade que o escolhido carregará, com todas as expectativas de uma nação onde o futebol é a paixão número um, será enorme. A prioridade é para um treinador experiente que trabalhe bem sob pressão.
A percepção é que Mano Menezes, Luis Felipe Scolari, Leonardo, Ricardo Gomes ou Muricy Ramalho assumirão o cargo pelos próximos quatro anos.
Scolari tem a vantagem, já que tem o perfil procurado, e ganhou uma Copa do Mundo (2002). No entanto, ele acaba de ser contratado pelo Palmeiras, mas o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, que inicialmente se recusou a compartilhar o treinador, mudou o tom de seu discurso.
“O Palmeiras não acha que [partilhar o treinador com a equipe nacional] é conveniente, mas não podemos nos opor tão intransigentemente”, disse Belluzzo em entrevista à ESPN.