O Banco Popular da China (BPC) não acalmou os mercados com injeções maciças de liquidez após o recente aumento nas taxas de juros chinesas de curto prazo e após dois bancos falharem no pagamento de empréstimos. O Barclay’s Capital e o Bank of America têm duas explicações possíveis.
A primeira tem a ver com o mercado imobiliário chinês. O PIB (produto interno bruto) da China é impulsionado principalmente pela expansão dos investimentos em ativos fixos, que incluem imóveis. Os bancos chineses têm facilitado esse desenvolvimento com uma enorme expansão do crédito. O resultado: um aumento anual de preços de dois dígitos pela maior parte dos últimos cinco anos.
Ganhos de preços sustentados por empréstimos instáveis frequentemente criam bolhas financeiras e o mercado imobiliário chinês tem sido comumente chamado de uma bolha gigante. O Bank of America, numa recente nota de pesquisa, acha que as autoridades em Pequim estão intervindo no BPC para acalmar o mercado imobiliário e fazer os preços caírem para níveis acessíveis à população em geral.
Os analistas acreditam que a China irá “cozinhar a questão, conviver com a dor inicial e tentar implementar reformas estruturais – possivelmente em quatro ou cinco anos [quando] a economia estaria se recuperando”.
Segundo eles, a liderança chinesa optará pela realização de reformas dolorosas no início desses cinco anos no poder da nova liderança.
Além disso, emergências no mercado de financiamento bancário sempre podem ser resolvidas numa base caso a caso, como temos visto nas últimas duas semanas. Isto enviará uma mensagem poderosa aos bancos para apertarem os critérios de concessão de empréstimos.
O Barclay’s Capital também acha que a atual postura linha-dura do BPC é motivada pela política. De acordo com os analistas, o BPC estaria dizendo aos bancos para fazerem uma reforma regulatória séria. Segundo a regulamentação introduzida em março, os bancos tinham de desenrolar os Produtos de Gestão de Riqueza (PGR) arriscados, frequentemente utilizados para contornar restrições de crédito.
Essa ação aumentou a necessidade de financiamento líquido, levando ao aumento nas taxas. “A rotação de PGRs em depósitos gera demanda por reservas, que o BPC não está acomodando”, afirmam os analistas.
É uma questão a se observar, se o BPC poderá sustentar essa postura linha-dura ou se isso provocará uma crescente crise bancária. O colapso do Lehman Brother em 2008 deveria ser uma dura advertência.
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