Uma tibetana colocou fogo em si mesma para protestar contra o domínio chinês sobre o Tibete e morreu num mosteiro na terça-feira em Gansu na China. Um dia antes, um jovem monge tibetano fez o mesmo num centro de protesto em Ngaba, na província de Sichuan, sua condição é desconhecida.
Dolkar Tso, de 26 anos e mãe de duas crianças, autoimolou-se perto de um templo no mosteiro Tso, na cidade de Gannan, segundo o grupo ativista Free Tibet.
Outros tibetanos que estavam perto do mosteiro viram a mulher queimando. Os tibetanos tentaram apagar o fogo e contaram que ela gritava slogans de liberdade no Tibete durante o incidente.
“Ela sobreviveu inicialmente quando os tibetanos apagaram o fogo e quando os monges locais chegaram ela pediu a eles que batessem em sua cabeça com uma pedra e a matassem para que os chineses não a levassem em custódia viva”, disse uma fonte, segundo a Rádio Free Asia. Ela morreu enquanto os membros de sua família a levavam para casa.
A morte de Dolkar ocorreu apenas um dia depois que Lobsang Tsultrim, um monge tibetano de 21 anos do mosteiro Kirti na província de Sichuan, pôs-se em chamas na rua principal, que os moradores renomearam como “Rua dos Mártires”, em Ngaba.
“As autoridades locais levaram-no para o hospital do município. Ele foi removido após 30 minutos e seu bem-estar atual e paradeiro são desconhecidos”, informou Free Tibet, referindo-se a Tsultrim. O grupo disse que ele foi “espancado pelas forças de segurança chinesas por participar em manifestações contra o domínio chinês em 2008.”
Dolkar é o 46ª tibetano a se autoimolar desde fevereiro de 2009. De acordo com Bhuchung Tsering, o vice-presidente da Campanha Internacional pelo Tibete, que testemunhou na Colina do Capitólio em Washington no final de julho, 34 deles morreram e os 12 restantes estão desaparecidos ou “hospitalizados”.
“Ao invés de abordar as queixas genuínas do povo tibetano, as autoridades chinesas têm respondido às autoimolações com crescentes restrições, torturando membros da família dos autoimoladores ou seus conhecidos e levando vários em custódia sem qualquer processo judicial”, disse Tsering.
Ele acrescentou que, enquanto a China restringir as liberdades dos tibetanos, eles “se manifestarão para transmitir seus sentimentos”.