A missão Kepler da NASA revelou um sistema solar que contém dois mundos que são os planetas mais próximos conhecidos.
Eles estão localizados cerca de 1.200 anos-luz de distância, circulando uma estrela subgigante, o Kepler-36a, que é similar ao nosso Sol, mas vários bilhões de anos mais velho.
Na órbita interna está Kepler-36b, um mundo rochoso vulcânico que é 1,5 vezes o tamanho da Terra com uma massa cerca de 4,5 vezes maior. Ele está a menos de 17,7 milhões de quilômetros de sua estrela, orbitando-a aproximadamente a cada duas semanas.
O Kepler-36c, o planeta exterior, é um Netuno quente ou um gigante gasoso quase quatro vezes o tamanho da Terra com uma massa cerca de 8 vezes maior que a do nosso planeta. Ele está a 19,3 milhões de quilômetros da estrela e percorre sua órbita a cada 16 dias.
“Esses dois mundos estão tendo encontros próximos”, disse o coautor Josh Carter, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA), num comunicado de imprensa.
Aproximadamente a cada 97 dias, os planetas passam por uma conjunção quando estão a 1,93 milhões de quilômetros de distância, 5 vezes menor do que a distância entre a Terra e a lua. Isso gera enormes marés gravitacionais entre eles, possivelmente provocando vulcanismo em Kepler-36b.
As composições contrastantes dos dois mundos são difíceis de interpretar com base nos modelos atuais de formação planetária. Em nosso próprio sistema solar, planetas rochosos são encontrados perto do sol, enquanto gigantes de gás estão muito mais longe.
Os pesquisadores acreditam que possa haver outros sistemas com planetas tão próximos uns dos outros. “Nós encontramos esse numa primeira olhada rápida”, disse Carter. “Nós estamos agora vasculhando os dados do Kepler para tentar localizar mais.”
Eles descobriram este fenômeno usando astrosismologia, que observa oscilações naturais de estrelas como o Sol. “O Kepler-36 mostra belas oscilações”, disse o coautor Bill Chaplin da Universidade de Birmingham da Inglaterra no comunicado. “Ao medir as oscilações fomos capazes de medir o tamanho, massa e idade da estrela com extrema precisão. […] Sem a astrosismologia não teria sido possível estabelecer essas delimitações tão firmes sobre as propriedades dos planetas.”
Os resultados foram publicados na revista Science em 22 de junho.