Doggerland: região similar à Atlântida descoberta fora da costa da Escócia

07/07/2012 03:00 Atualizado: 06/08/2013 18:41

Um mapa do Reino Unido com Doggerland marcado em vermelho. (University of St. Andrews)Uma vasta área subaquática no Mar do Norte pode ter sido no passado o lar de dezenas de milhares de pessoas da Idade da Pedra antes de desaparecer, segundo 15 anos de pesquisa de cientistas do Reino Unido.

Nomeada Doggerland, a região se estendia do norte da Escócia para a Dinamarca e para baixo em direção as Ilhas do Canal. Pouco a pouco, tornou-se submersa entre 18 mil e 5.500 a.C., separando a Grã-Bretanha do resto da Europa.

“Doggerland foi o real centro da Europa até que o nível do mar subiu para dar a costa do Reino Unido de hoje”, disse o geofísico Richard Bates, da Universidade de St. Andrews, num comunicado.

“Nós temos especulado durante anos sobre a existência da terra perdida a partir de ossos dragados por pescadores em todo o Mar do Norte, mas somente quando começamos a trabalhar com companhias de petróleo nos últimos anos fomos capazes de recriar como esta terra perdida parecia.”

Os cientistas reconstruíram uma paisagem enorme e complexa usando modelagem geofísica e material coletado do fundo do oceano, incluindo material fossilizado de plantas e animais que habitaram Doggerland.

“Nós já fomos capazes de modelar sua flora e fauna, construir uma imagem dos povos antigos que viveram lá e começar a entender alguns dos acontecimentos dramáticos que posteriormente mudaram a terra, incluindo a subida do mar e um tsunami devastador”, disse Bates.

Um mergulhador investiga grandes pedras em Doggerland. (University of St Andrews)Inicialmente, Doggerland era montanhoso, com rios e uma costa sinuosa, mas quando o nível do mar subiu, um arquipélago de ilhas baixas teria sido formado.

Outros achados interessantes incluem uma sepultura maciça de mamutes, menires (monumentos megalíticos) e possíveis locais de sepultamento humano.

“Nós não encontramos um ‘X assinalando um local’ ou ‘João criou isto’, mas temos encontrado muitos artefatos e características submersas que são muito difíceis de explicar por causas naturais, como montes rodeados por valas e tocos de árvores fossilizadas no fundo do mar”, disse Bates.

“Há realmente muito pouca evidência deixada para trás, porque muita coisa sofreu erosão embaixo d’água; é como tentar encontrar apenas parte de uma agulha num palheiro”.

“No entanto, o que descobrimos é uma notável quantidade de provas e agora somos capazes de identificar os melhores locais para encontrar sinais de vida preservada.”

Imagens e artefatos estão atualmente em exibição numa exposição denominada ‘Drowned Landscapes’ (Paisagens Afogadas) na anual Exposição Científica de Verão da Royal Society em Londres.