Distúrbios respiratórios e comportamento infantil

31/10/2014 01:00 Atualizado: 29/10/2014 22:54

Segundo estudo publicado na revista Pediatrics, se as crianças não respiram adequadamente durante o sono, sérios problemas emocionais e comportamentais podem ocorrer.

Distúrbios respiratórios do sono incluem uma variedade de condições. Entre elas estão o ronco, a respiração oral e a apneia do sono. Uma entre dez crianças ronca regularmente e um número menor sofre de outras condições.

Nesse estudo, pais foram questionados sobre a respiração de seus filhos desde a infância até a idade de seis anos. Eles também preencheram um questionário sobre o comportamento deles entre quatro e sete anos.

Pesquisadores liderados por Karen Bonuck, da Escola de Medicina Albert Einstein da Universidade de Yeshiva em Nova York, analizaram os dados.

“O achado central é que os distúrbios respiratórios do sono estão associados a um aumento de 50% em consequências neurocomportamentais adversas”, disse Bonuck.

Essas “consequências neurocomportamentais adversas” incluem principalmente a hiperatividade, mas também a agressividade e problemas no relacionamento com outras crianças.

Bonuck diz que quanto mais significante era o problema respiratório, maior a probabilidade dos problemas comportamentais serem mais graves.

“O que descobrimos é que os piores resultados são encontrados nas crianças com os piores sintomas [respiratórios].”

Este não é o primeiro estudo que vincula as questões do sono infantil com problemas comportamentais, mas ele foi amplo o suficiente – com cerca de 11 mil jovens envolvidos – para descartar outras causas possíveis.

“Antes desse estudo, certamente já eram conhecidos vários efeitos adversos em termos de comportamento, crescimento e cognição”, disse ela.

“A diferença em relação ao nosso estudo é que estudamos muitas crianças, acompanhamo-las por quase seis anos e elas compuseram uma população diversa.”

Bonuck observa que alguns estudos anteriores acompanharam as crianças por um curto período de tempo ou eram muito específicos ou limitados, por exemplo, em pacientes com tonsilectomia.

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Artigo originalmente publicado por Voice of America