O dissidente chinês Hu Jia foi detido em sua casa por 20 policiais e levado para um centro de detenção em Pequim por razões não especificadas, segundo sua esposa e apoiadores.
Zeng Jinyan, a esposa de Hu, escreveu primeiramente no Twitter a notícia por volta das 18h30, hora local, em 12 de junho; Zeng e a filha do casal não estavam em Pequim e não sabiam mais detalhes, segundo a postagem. Ela disse que descobriu através de sua família.
Amigos e simpatizantes espalharam a notícia rapidamente e começaram a bombardear os departamentos da segurança pública de Pequim com telefonemas perguntando sobre o dissidente. Os números de telefone para detenções policiais foram postados no Twitter enquanto os dissidentes descreviam sua incapacidade de obter informações com suas ligações.
“Liguei para o número da estação de polícia local de Tongzhou Zhongcang e, assim que eles ouviram mencionar ‘Hu Jia’, eles disseram que não sabiam e desligaram imediatamente. Parece que é onde ele está. Liguem repetidamente”, escreveu um proativo apoiador.
O telefonema não foi atendido quando, depois da meia-noite em Pequim, em 12 de junho, o Epoch Times chamou os números fornecidos pelos dissidentes no Twitter.
Um observador comentou sobre o momento da prisão. “No momento em que as autoridades chinesas publicaram o ‘Plano de Ação Nacional de Direitos Humanos da China ‘, 20 policiais de Pequim levaram Hu Jia embora de novo.”
Hu Jia recebeu o Prêmio Sakharov pela Liberdade de Pensamento em 2008 por seu ativismo associado a questões ambientais, ao HIV/AIDS e por pedir a reparação do Massacre da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) de 1989. Ele também é conhecido por defender e divulgar os esforços de outros dissidentes como ele mesmo e os abusos por eles sofridos.
Em resposta à morte do dissidente Li Wangyang, que as autoridades alegaram ter cometido suicídio, mas que sua família disputa calorosamente, Hu Jia declarou no Twitter que ele nunca se mataria. De acordo com uma tradução, Hu Jia escreveu no Twitter, “Eu, Hu Jia, não cometerei suicídio em qualquer momento, diante de ninguém, nem em qualquer circunstância ou por qualquer questão. Se você é um dissidente, ativista dos direitos e é frequentemente perseguido ou ilegalmente detido pelas forças de segurança nacional, eu sugiro que você mantenha uma declaração por escrito ou carta registrada [neste sentido]”, escreveu Hu Jia. “Há muitos casos de pessoas ‘suicidadas’ neste país”, concluiu ele.
Atualização: Hu Jia foi liberado na manhã de 13 de junho depois de ser detido por oito horas. Ele foi capturado pela polícia porque planejava visitar a mãe do ativista cego Chen Guangcheng, que recentemente deixou a China, na província de Shandong. Hu diz que agora tem quatro agentes de segurança observando-o. “O dinheiro dos contribuintes está sendo desperdiçado maciçamente no sistema de manutenção da segurança”, escreveu ele no Twitter.