Nos últimos dias, protestos em duas cidades reivindicaram abertamente o fim do regime comunista e enquanto as demandas por reformas na China vão esquentando parece haver ausência de medo nos manifestantes pelas consequências.
Liu Hui, um residente de Yan’an, permaneceu de pé na movimentada Rua de Pequim, na província Guangzhou, em 13 e 14 de fevereiro, segurando cartazes que diziam “Fim da ditadura” e “Acabem com a escravidão do povo promovida pelo Partido Comunista Chinês”. Um companheiro de Lui Hui fotografou-o com a primeira faixa e postou a imagem na internet.
No primeiro dia, Liu Hui foi levado por agentes da segurança nacional, mas foi liberado posteriormente, disse um defensor anônimo dos direitos humanos ao Epoch Times. No segundo dia, ele foi novamente detido, seu paradeiro atual é desconhecido e seu telefone celular permanece inacessível.
Anteriormente, Liu Hui exibiu faixas anticomunistas do lado de fora das duas reuniões anuais do Partido Comunista Chinês (PCC) em Guangzhou em 22 de janeiro. Elas diziam “Derrubem a ditadura comunista, estabeleçam a democracia” e “O Partido Comunista são bandidos comunistas”.
O protesto é incomum pela forma direta de pedir o fim do regime de partido-único. Por mais de uma década na China, a maioria dos protestos foi expressa em termos de tentar ajudar o PCC a implementar suas próprias leis, em grande parte porque criticar diretamente o regime pode ser tratado como um crime contrarrevolucionário (que foi renomeado para “subversão do poder do Estado”) e resultar em punição severa.
A mudança recente indica que o clima da opinião pública está se voltando contra o Partido Comunista.
Em Shanghai, peticionários se reúnem toda quarta-feira diante da administração do governo da cidade para exigir seus direitos, mas a atmosfera foi diferente em 20 de fevereiro.
Uma peticionária começou um protesto escalando numa árvore e gritando o slogan “Derrubem o Partido Comunista”, o que foi logo repetido por outros peticionários.
Dezenas de policiais chegaram em ônibus, cercaram a árvore e isolaram a área. No entanto, a mulher continuou cantando o slogan e também acusou o Judiciário de corrupção.
Eventualmente, ela foi forçada a descer e levada numa viatura da polícia, mas a multidão continuou a gritar diferentes slogans.
Uma peticionária de Shanghai chamada Sra. Zhang falou com o Epoch Times sobre o incidente. Ela disse, “Mais e mais pessoas estão perdendo a confiança no PCC, apesar da mudança de governo desde o 18º Congresso Nacional. O PCC não tem qualquer intenção de pagar sua dívida com o povo, independente de todo o sangue e lágrimas derramados, ele somente se preocupa em manter seu poder por meio de métodos fraudulentos.”
O comentarista político Xing Tianxing se referiu ao caso de Yang Jia, um homem que foi executado em 2008 depois de matar seis policiais de Shangai. Yang Jia recebeu amplo apoio público e residentes de Shanghai na época gritavam publicamente slogans como “Derrubem o Partido Comunista”.
“Mais e mais defensores dos direitos humanos em Shangai têm percebido que a existência do Partido Comunista significa apenas mais sofrimento para o povo e que a razão fundamental da injustiça na China é o próprio regime do PCC”, disse Xing Tianxing.
De acordo com o comentarista, slogans que costumavam ser proibidos são agora ouvidos nas ruas de Shanghai e Guangzhou. Ele resumiu a situação reformulando uma frase antiga chinesa, “O PCC não pode ameaçar as pessoas com a morte se elas não mais temem morrer.”
Com pesquisa de Ariel Tian.
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