Pela primeira vez desde que foi detido em 8 de agosto, o ativista dos direitos humanos Guo Feixiong foi autorizado a reunir-se com seu advogado, informou a organização ‘Direitos Humanos na China’ (HRIC, na sigla em inglês).
O advogado de Guo, Chen Guangwu, disse a HRIC que foi autorizado a encontrar seu cliente em 14 de novembro no Centro de Detenção Tianhe, na província de Guangzhou, Sul da China, onde Guo está detido.
O advogado Chen informou que Guo, um defensor legal autodidata, fez greve de fome entre 8 de agosto e 2 de setembro e está muito abatido. Chen disse que suas reações eram lentas e que ele estava diferente de sua “natureza esperta e falante”.
Formalmente preso e acusado em 12 de setembro por suspeita de “reunir uma multidão para perturbar a ordem num local público”, uma acusação abrangente frequentemente usada pelo regime comunista chinês para prender dissidentes arbitrariamente, Guo ficou detido por mais de uma semana antes que sua família fosse informada.
No final de outubro, uma audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA ouviu a esposa de Guo, Zhang Qing, testemunhar que seu advogado fez sete requisições de visita, mas todas foram negadas.
Outros defensores dos direitos acreditam que as atividades de Guo no início do ano, exigindo a divulgação dos ativos dos oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) e pedindo a ratificação da China sobre o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (PIDCP), foram parcialmente responsáveis por sua prisão.
Em outro protesto este ano, Guo fez um discurso sobre a importância da imprensa livre durante protestos em frente à sede da mídia estatal Diário Metropolitano do Sul, baseado em Guangzhou. O jornal teve um de seus editoriais fortemente censurado dias antes por uma autoridade provincial de propaganda.
A esposa de Guo disse na audiência que esta é a quarta vez em dois anos que o esposo é detido e encarcerado desde sua soltura em setembro de 2011, quando ele completou uma sentença de cinco anos de prisão por uma acusação falsa. Ela testemunhou que ele foi severamente torturado na prisão.
Ativistas acreditam que a verdadeira razão por trás da prisão de 2007 foi por suas atividades de defesa dos direitos humanos durante a controvérsia sobre a demanda da vila de Taishi por novas eleições, à luz da corrupção dos oficiais locais do PCC, e por seus esforços em resgatar outro advogado preso Gao Zhisheng.