Discussão sobre reforma de campos de trabalho na China, mudanças improváveis

11/10/2012 20:46 Atualizado: 31/10/2012 20:48
Gao Rongrong foi mutilada por bastões elétricos no Campo de Trabalhos Forçados de Longshan na cidade de Shenyang, mais tarde ela morreu de tortura. (Faluninfo.net)

Em 9 de outubro, no mesmo dia em que o Conselho de Estado chinês publicou documentos oficiais intitulados “Reforma do Judiciário na China”, uma conferência de imprensa foi realizada às 10h, quando Jiang Wei, o chefe de gabinete do Grupo da Liderança Central para Reforma do Judiciário, discutiu informações sobre os documentos oficiais e respondeu às perguntas dos repórteres.

Na conferência de imprensa, um repórter do jornal alemão Die Welt (O Mundo) levantou a questão do sistema de campo de trabalho na China, apontando que o sistema não foi abordado na documentação e perguntou por que os problemas existentes nos campos de trabalho ainda não foram resolvidos apesar de muitos representantes do Congresso Popular defenderem sua abolição.

Jiang Wei respondeu que o sistema de campos de trabalho tem desempenhado um papel em “manter a ordem social”, mas admitiu que houvesse “problemas regulatórios” no sistema. O sistema de campos de trabalho é frequentemente usado para reprimir dissidentes.

“Chegamos a um acordo comum sobre a reforma do campo de trabalho”, disse ele. “Os departamentos relevantes têm realizado grandes quantidades de pesquisa e considerado o conselho de especialistas e representantes do Congresso Popular para chegar a um plano de ação específico.”

Os críticos dizem que o sistema de campos de trabalho despreza os direitos humanos e torna conveniente para a polícia abusar do poder. Em 2009, cerca de 190 mil chineses foram mantidos em 320 campos de trabalho em todo o país, além de 1,6 milhão de pessoas em prisões.

Originalmente estabelecido em 1950 para reprimir opositores do governo, o sistema de campos de trabalho de hoje permite à polícia deter vítimas por três anos sem julgamento e adicionar mais um ano se os detidos “se comportarem mal”, aos olhos do Partido Comunista Chinês (PCC).

Embora o sistema muitas vezes seja usado para punir usuários de drogas, prostitutas e outros acusados de crimes menores, ele também é usado para perseguir dissidentes políticos e praticantes do Falun Gong.

Guo Jun, a editora-chefe das edições chinesas do Epoch Times, foi convidada a falar na 21ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, ocasião em que ela observou, “Em nossa investigação, descobrimos que os prisioneiros, detidos em campos de trabalho e prisões, eram quase a única fonte de transplante de órgãos na China. A grande maioria era de praticantes do Falun Gong, uma disciplina espiritual chinesa.”

Arne Schwartz, um pesquisador da colheita forçada de órgãos na China, disse que as estimativas informadas calculam o número de praticantes do Falun Gong mortos por seus órgãos em 65 mil. Os órgãos foram geralmente colhidos de seus corpos enquanto os praticantes ainda estavam vivos.

Epoch Times publica em 35 países em 19 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT