Durante o ano novo chinês, o canal de documentários do regime, o CCTV-9, publicou uma série de arquivos inéditos das relações China-URSS que datam da era de Mao Tsé-tung. Um episódio mostrou um famoso discurso de 1957 de Mao, que nunca fora exibido antes, em que ele se gabava de que não tinha medo de uma guerra nuclear nem de quantas pessoas morreriam no mundo, inclusive na China.
A revista Cheng Ming de Hong Kong reportou que o impacto negativo do documentário teria rebaixado severamente a imagem de Mao entre os telespectadores chineses.
Com dois episódios transmitidos todas as noites por cerca de uma semana, o documentário de 18 episódios apresentou eventos históricos até então desconhecidos para o público, incluindo a relação entre a China e a União Soviética após 1949 e detalhes da Guerra da Coreia e das guerras do Estreito de Taiwan.
Também foi revelada a relação de Mao com Joseph Stalin e seu sucessor Nikita Khrushchev, expondo vários casos de intrigas mútuas, traição, chantagem política e extorsão conforme os depoimentos de Rong Zhi, que trabalhou na embaixada soviética na China, e de Shi Zhe, a filha do intérprete russo de Mao.
Especialistas na história chinesa da Guerra Fria, como Shen Zhihua, Yang Kuisong e Li Haiwen, forneceram as interpretações históricas mais recentes.
Um episódio intitulado “Aquele acima de tudo” mostrou imagens de Mao falando na Reunião dos Representantes Mundiais Comunistas em Moscou em novembro de 1957, pronunciando seu famoso discurso, “O imperialismo norte-americano é um tigre de papel”.
As palavras exatas de Mao foram, “Eu não tenho medo da uma guerra nuclear. Há 2,7 bilhões de pessoas no mundo, não importa se alguns morrerem. A China tem uma população de 600 milhões; mesmo que metade deles morra, ainda restará 300 milhões de pessoas. Eu não tenho medo de ninguém.”
Embora estas citações famosas tenham se difundido entre chineses comuns, ainda existem muitas pessoas que se recusaram a acreditar.
Algumas mídias ressaltaram que agora a estação de televisão do Partido Comunista confirmou que Mao Tsé-tung realmente disse isso, o que torna o fato inegável, e que esquerdistas e maoístas não podem mais dizer que Mao e o Partido Comunista Chinês colocavam o bem-estar do povo acima de tudo.
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