Diretora do Ballet Nacional de Cuba condena deserção de bailarinos

16/06/2014 09:00 Atualizado: 15/06/2014 22:04

A diretora do Ballet Nacional de Cuba, a ex-bailarina comunista Alicia Alonso, criticou a deserção de oito dos seus bailarinos após uma apresentação em Porto Rico e admitiu que, ainda que fossem apenas do corpo de baile, o fato causa uma “grande dor” do ponto de vista humano.

Os bailarinos, de entre 21 e 24 anos, abandonaram no fim de semana passado a companhia de ballet, considerada uma das mais prestigiosas do mundo, após uma turnê pela ilha caribenha, e apareceram na terça-feira (10) nos Estados Unidos, onde disseram que planejam buscar uma carreira.

“Foram bailarinos do corpo de baile, então, artisticamente, a companhia não foi afetada”, disse a Primeira Bailarina Absoluta ao Granma, o jornal oficial do Partido Comunista, em sua primeira reação ao tema.

Alicia Alonso, de 93 anos, acrescentou que “são jovens que se deslumbram acreditando que vão ter um futuro promissor e, estatisticamente, a maioria dos que abandonam a companhia se frustra e fica pelo caminho”, afirmou a bailarina.

Cuba ainda é um dos principais celeiros de talento do ballet no mundo, mas muitos dos membros do Ballet Nacional com frequência abandonam o grupo em turnês internacionais, decepcionados pela falta de oportunidades e em busca de melhores salários.

A deserção do fim de semana foi a segunda maior de bailarinos do ballet cubano em pouco mais de 12 meses. No ano passado, sete membros que desertaram no México chegaram a Miami.

Os artistas cubanos fogem também pela falta de liberdade para a criação e sua expressão, o que não é permitido na ditadura totalitária da dinastia dos irmãos Castro.

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