O diretor de um hospital na província de Jilin, no Nordeste da China, envolvido na extração forçada de órgão de praticantes do Falun Gong, está sendo investigado pelo departamento disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC).
Em 3 de agosto, o Comitê Central de Inspeção Disciplinar anunciou que Wang Guanjun – o diretor do 1º Hospital da Universidade de Jilin, membro do Comitê Permanente do PCC na Universidade Jilin, vice-presidente da Universidade de Jilin e presidente do Centro de Ciência da Saúde Norman Bethune da Universidade de Jilin – seria investigado por “graves violações da disciplina e da lei”.
Além de Wang, pelo menos 12 líderes universitários têm sido investigados pela Central do PCC este ano, e um terço deles são de universidades de medicina, segundo a mídia estatal Diário Jovem de Pequim. O artigo reportou essas 12 investigações como parte da campanha anticorrupção que tem varrido o Partido Comunista Chinês, e a investigação de Wang Guanjn provavelmente também seria parte dessa campanha. No entanto, o Epoch Times relatou que em inúmeros casos a acusação de “corrupção”, embora justificada, tem sido um pretexto para um expurgo político na China.
Wang Guanjun tem servido como diretor do 1º Hospital da Universidade de Jili desde 2004. O website Minghui.org, que serve como uma plataforma para relatos e testemunhos de perseguições sofridas pelos praticantes do Falun Gong na China, reportou várias vezes sobre o envolvimento do Hospital de Jilin na extração forçada de órgãos durante o mandato de Wang Guanjun.
Em 1999, o então líder chinês Jiang Zemin ordenou uma campanha para erradicar a prática espiritual do Falun Gong. De acordo com o Minghui, mais de 3.700 praticantes tiveram suas mortes confirmadas por tortura ou abusos. E centenas de milhares de pessoas têm sido detidas e permanecem encarceradas.
Segundo pesquisadores, aqueles que estão presos, além de regularmente sofrerem tortura e lavagem cerebral, seriam vítimas da hedionda extração forçada de órgãos. Dezenas de milhares de praticantes do Falun Gong teriam sido mortos por seus órgãos para abastecer a lucrativa indústria de transplante da China.
No portão do 1º Hospital da Universidade de Jilin pode-se ver em destaque anúncios que reconhecem a Universidade de Jilin como um centro de transplante, e que a instituição recebe fundos do governo e do PCC para essas atividades.
O Minghui reportou em junho de 2006 que, segundo fontes no hospital, mais de 20 transplantes de órgãos foram realizados no Hospital de Jilin entre abril e maio de 2006. Apenas dois dos órgãos eram de familiares e os demais eram de origem desconhecida.
De julho a setembro de 2006, o hospital realizou sete ou oito transplantes renais diariamente, informou o Minghui em outro artigo em 2006.
O professor e médico-chefe Fu Yaowen do Centro de Transplante de Órgãos do 1º Hospital da Universidade de Jilin tem realizado transplantes de órgãos por vários anos, muitos destes com órgãos de origem desconhecida, segundo o Minghui.
O artigo do Minghui diz que Fu Yaowen depende principalmente de sua esposa Sun Suping, presidente do Tribunal da Zona de Desenvolvimento Tecnoeconômico da cidade de Changchun, para obter indicações sobre o fornecimento de órgãos de prisioneiros.
No caso mencionado no relatório, o familiar de um paciente disse que órgãos compatíveis foram obtidos de doadores jovens num prazo muito curto.
O paciente, que recebeu o tratamento para um problema de coração no 1º Hospital da Universidade de Jilin em fevereiro de 2006, foi transferido para o Hospital de Cardiologia da província de Jilin, onde esperou por um órgão compatível para transplante.
O primeiro órgão, de um homem de 40 anos, foi encontrado em 18 dias, mas não foi utilizado quando foi verificado que não era compatível. O segundo órgão veio de um homem de 20 anos e foi encontrado em 20 dias, disse o familiar do paciente ao Minghui. O tempo médio de espera por um coração para transplante nos Estados Unidos é de seis meses a três anos.
Policiais militares trouxeram o coração para o hospital numa viatura policial, disse o artigo. Um dos professores que realizou operações de transplante no 1º Hospital da Universidade de Jilin é um professor aposentado de sobrenome Liu.