A morte abrupta do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, em um acidente aéreo nesta quarta-feira (13), precipita o foco da opinião pública na corrida presidencial e torna ainda mais imprevisível uma eleição já recheada de incertezas, disse o diretor do Datafolha, Mauro Paulino.
O instituto sairá a campo a partir desta quinta-feira para realizar mais um levantamento sobre a corrida eleitoral, mas agora com dois novos cenários: um com a ex-senadora Marina Silva, atualmente vice chapa do PSB, assumindo no lugar de Campos; e um outro em que a coligação encabeçada pelo PSB desiste da disputa.
“A morte de Campos muda a lógica da eleição”, disse Paulino, acrescentando que dados levantados anteriormente, como o potencial de crescimento de Eduardo Campos e as intenções de voto em Marina Silva antes de sua confirmação como candidata a vice, deixam de ter validade. “É uma lógica que pertence ao passado”, explicou.
No último levantamento do Datafolha, de meados de julho, Eduardo Campos aparecia em terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB), com 8% das intenções de voto. Paulino lembrou que, até então, a maior parte do eleitorado ainda não estava atenta à disputa eleitoral deste ano, e isso só deveria acontecer a partir do dia 19, quando começa o horário eleitoral gratuito. A morte trágica de Eduardo Campos, no entanto, muda radicalmente esse cenário.
“Todos vão acordar assustados com essa eleição”, comentou. A nova pequisa do Datafolha, encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral nesta quarta-feira, será realizada entre quinta e sábado, mas a divulgação só poderá ser feita a partir da próxima segunda-feira, por conta da legislação eleitoral, explicou Paulino.