Filhos de trabalhadores imigrantes têm acesso negado às escolas
Dezenas de crianças pequenas em Pequim protestaram sentando-se em frente ao prédio da Comissão de Educação de Pequim e exigindo que eles sejam autorizados a ir à escola.
Segundo relatos, as crianças, com idades entre 5 e 9, são de outra área. Sua escola foi demolida e escolas vizinhas se recusaram a aceitá-los. Incapazes de ir para a escola, eles protestaram durante vários dias na semana passada. Sentados em banquinhos, eles agitaram faixas e gritaram: “Eu quero ir para a escola!” O protesto bloqueou a rua em frente à Comissão de Educação do distrito de Fengtai em Pequim. Na quarta-feira, um número particularmente grande de crianças chamou a atenção da polícia, que confiscou as faixas e outros materiais e, mais tarde, prendeu os pais das crianças.
Uma pessoa da Comissão de Educação postou fotos do protesto das crianças na internet e disse que seis carros de polícia e 20 agentes foram enviados ao local. Uma fonte de segurança em Pequim confirmou os relatos sobre seu blogue. Ele disse que na quarta-feira à tarde dezenas de crianças juntaram-se em apelo diante da Comissão de Educação e quando a polícia prendeu seus pais, as crianças choraram. Ninguém da Comissão de Educação saiu para conversar com as crianças.
No entanto, internautas chineses tomaram conhecimento do fato. Alguns disseram que o incidente retrata o fosso entre ricos e pobres na China e as falhas do socialismo. Outros questionaram se o programa do regime de nove anos de escolaridade obrigatória altamente elogiado e implementado em 1950 tem realmente sido um sucesso. Um blogueiro de Pequim disse que é um grande golpe para o país que crianças pequenas tenham de implorar para receber educação, ironicamente dizendo que o mandato socialista igualitário não está funcionando.
O dilema das crianças é o resultado das exigências de residência do regime comunista chinês que trata os trabalhadores imigrantes como cidadãos de segunda classe. Após as prisões na quarta-feira, o vice-presidente da Comissão de Educação, o Sr. Zhong, conversou com alguns pais, dizendo a eles que precisava de cinco documentos de identificação básicos que descrevam a situação da família e, especialmente, mostrem que eles têm vivido em Pequim pelo menos seis meses, disse uma pessoa familiarizada com o assunto ao Epoch Times.
No ano passado, as autoridades forçaram o encerramento de escolas para milhares de crianças pobres de trabalhadores imigrantes em Pequim. Entre junho e agosto de 2011, cerca de 30 escolas para filhos de trabalhadores imigrantes em Pequim receberam avisos de desligamento. Calcula-se que cerca de 30 mil estudantes foram afetados pelos fechamentos, segundo um artigo anterior do Epoch Times.
Embora o regime chinês tenha feito promessas para oferecer nove anos de educação básica a todos os cidadãos, para filhos de trabalhadores rurais imigrantes sem licenças residenciais nas cidades não é fácil frequentar uma escola pública. Eles são obrigados a pagar várias vezes mais do que os residentes locais para se inscrever nas escolas públicas. Assim, os trabalhadores imigrantes recorrem à formação em escolas particulares para educar seus filhos, com mais de 300 dessas escolas tendo sido estabelecidas apenas em Pequim.