“A erradicação da pobreza é o maior desafio global que o mundo enfrenta”, destacou Dilma em seu discurso.
Nesta quarta-feira (20) a presidente Dilma Rousseff destacou os pontos importantes do documento final da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, em seu discurso na reunião dos líderes mundiais. A reunião ocorreu à tarde no Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro.
Aprovado nesta terça-feira (19), o documento final, segundo a presidente, é resultado de grande esforço de conciliação e aproximação de posições dos líderes de todos os países. Em seu discurso que durou cerca de 20 minutos, Dilma destacou os pontos mais importantes do documento “O futuro que queremos”.“O texto introduziu o objetivo de erradicação da pobreza como maior desafio global que o mundo enfrenta. Pela primeira vez em um documento desse tipo, falamos sobre igualdade racial e não discriminação. Adotamos os objetivos de desenvolvimento sustentável que darão foco e orientação aos nossos esforços coletivos”, disse a presidente.
Dilma também citou que o documento reconhece a insuficiência do Produto Interno Bruto (PIB) como critério de medição para o desenvolvimento. “Lançamos um programa de trabalho como alternativa que leva em conta tanto critérios sociais como ambientais”, acrescentou.
Destacou que foi adotado no documento um programa de 10 anos que promoverá padrões sustentáveis de produção e consumo que nunca tinham sido adotados até agora. Citou a urgência de ações para proteção da biologia marinha, combate da poluição e impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos, devido a grande quantidade de pessoas de sociedades em desenvolvimento que dependem diretamente de seus recursos.
Crise financeira mundial
Diante do cenário atual de crise financeira mundial, Dilma pediu que as incertezas no cenário internacional não enfraqueçam a disposição política para a conclusão de acordos em torno da agenda do desenvolvimento sustentável.
“Em um momento como este, de incertezas em relação ao futuro da economia internacional, é forte a tentação de tornar absolutos os interesses nacionais. A disposição política para acordos vinculantes fica muito fragilizada. Não podemos deixar isso acontecer”, afirmou.
Compromissos que ficaram no papel
Ações não concretizadas até hoje provenientes da Rio 92, a Cúpula da Terra, foram destacadas no discurso da Dilma.
Ela citou que a transferência de indústrias poluentes do Norte do globo para os continentes do Sul ajudou a criar uma economia mais limpa, “mas gerou uma pesada carga aos países em desenvolvimento”, criticou. “O compromisso de redução de emissões firmados no protocolo de Kyoto não foram atingidos”, alertou.
Diante de tal cenário, a presidente enfocou que ações sejam tomadas com base no documento final da Rio+20. Inclusive ela citou que em 2009, na Conferência de Copenhague (COP-15) o Brasil anunciou voluntariamente a redução de 36 a 39% das emissões de carbono até 2020. Por isso, ela anunciou aos líderes ser justificável que o Brasil demande contribuição para esse ‘esforço global’, disse.
“Agora é hora de agir”
Em seu discurso, o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon disse que as negociações para o documento final foram difíceis, mas que teve avanços significativos, principalmente no final. Ele afirmou que é preciso que todos caminhem juntos.
“Agora é hora de agir”, disse Ki-moon e acrescentou que é necessário agir com uma visão a longo prazo.
A Rio+20 foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (20) de manhã. Ki-moon elegeu Dilma como a Presidente da Rio+20.