A presidente petista Dilma Rousseff definiu como “estarrecedor” o fato das denúncias de pagamento de propina na Petrobras terem sido feitas por um funcionário de carreira da estatal e afirmou que se houve “sangria” ela já foi estancada.
“Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso te garantir que todas, vamos dizer assim, as sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas”, disse Dilma nesta segunda-feira (8), em entrevista à série Entrevistas Estadão, realizada no Palácio da Alvorada, em Brasília. A presidente afirmou que solicitou oficialmente à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal o acesso ao depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que fechou acordo de delação premiada com a Justiça.
Questionada se, durante o período em que integrou a cúpula da Petrobras, havia permitido a Dilma identificar suspeitas de irregularidades, a presidente disse que em “nenhum momento”. “É interessante que a gente lembre que esse diretor (Paulo Roberto Costa) é um quadro de carreira, o que é mais estarrecedor”, disse.
Nas conversas com a Polícia Federal, o ex-diretor disse que, quando estava na Petrobras, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente, Lula, para tratar de assuntos da empresa. Segundo Dilma, as denúncias envolvendo a Petrobras “não têm a ver com gestão”: “É de fato surpreendente que ele (Costa) faça isso. Não é típico dos quadros da Petrobras”.