Enfim, os sinais de que o mundo vai acabar para os petistas começam a ser claramente enviados. Em um surto milagroso de apedeutismo, Dilma Rousseff foi forçada admitir, pela primeira vez, a existência de roubalheira na Petrobras. Só falta, agora, ela assumir que sabia de tudo. É o que se espera de quem é Presidenta da República (representante máxima da União, a controladora da empresa), com o agravante de ter sido Ministra das Minas e Energia, Ministra da Casa Civil da Presidência e ter ocupado, nada menos, que o cargo de “presidente” do Conselho de Administração da Petrobras – atualmente função de Guido Mantega, seu demissionário ministro da Fazenda.
Ontem, a candidata a perder para o Aécio Neves e para a Oligarquia Financeira Transnacional teve de reconhecer o que todo mundo já sabia e denunciava. Vestindo seu agora tradicional “azul-tucano”, abandonando o vermelhão comunista do PT, Dilma confessou em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada (residência oficial que o Tribunal Superior Eleitoral deixou se transformar em indevido palanque de campanha): “Eu farei todo o meu possível para ressarcir o País. Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta… Se houve, não… Houve, viu?!”.
Dilma deve estar se borrando de medo porque o escândalo da Petrobras ultrapassou as fronteiras da campanha reeleitoral. Agora, quem investiga as falcatruas é o órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos da América – país onde Dilma não é bem vista desde os tempos dos atos de terror da luta armada. Dilma, que só entra nos EUA porque tem passaporte diplomático, tem tudo a temer com o rigor investigatório da Security and Exchange Commission. Até porque a SEC também é presidida por uma mulher com fama de durona: Elisse Walter – defensora de medidas de proteção aos investidores em ofertas privadas de ações.
Os escândalos de gestão na Petrobras serão um prato feito para a rigorosa Elisse e uma turma de 28 auditores da SEC e do Departamento de Justiça dos EUA que investigarão de que forma os dirigentes executivos e conselheiros da Petrobras (alvos de denúncias de corrupção em processos oriundos da Operação Lava Jato) descumpriram as normas antifraudes SOX (Lei Sarbanes-Oxley). O Alerta Total antecipou que já tem promotor e magistrado em Nova York estudando, seriamente, a possibilidade de que seja suspensa a negociação de ADRs da Petrobras (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores). A restrição poderia valer sine die, até que a Petrobras comprove ao mercado internacional que opera inteiramente dentro do nível 1 de governança corporativa.
Perder o trono imperial de Presidenta do Brasil e ainda sofrer uma ação da SEC em Nova York (por ter sido conselheira-presidente da Petrobras) são os maiores temores atuais da Dilma, que neste domingão à noite voltará a ser alvo de ataques duros de Aécio Neves sobre as denúncias na Petrobras – comprovadas pelas “colaborações” premiadas de Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Yousseff e de outros menos votados membros da turma investigada pela Lava Jato. Detalhe que vai pegar contra a petista: os 28 auditores norte-americanos já estiveram por aqui na BM&F Bovespa, este ano, cavucando informações sobre os problemas na Petrobras… Como a SEC não pode ser aparelhada pelo PT, o bicho tende a pegar…
Já alarmada com a SEC no encalço de sua turma, Dilma ineditamente admitiu os “desvios” na Petrobras, mas já deu sua tradicional tirada de corpo fora, avisando que não cabe a ela punir os mal-feitos: “Daqui para frente, a não ser que eu seja informada pelo Ministério Público ou pelo juiz, não tenho medida nenhuma a tomar, não é o presidente que processa. Eu tomarei todas as medidas para ressarcir tudo e todos, mas ninguém sabe ainda o que deve ser ressarcido, porque a chamada delação premiada, onde tem os dados mais importantes, não foi entregue a nós. Até eu pedi, como vocês sabem, tanto ao Ministério Público, quanto para o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, mas ambos disseram que estava sob sigilo”.
O rival Aécio Neves deve explorar a explícita “confissão de responsabilidade” de Dilma Rousseff sobre os desmandos na Petrobras, no debate de fim de noite de domingo, na Rede Record. Aécio não deve se intimidar, novamente, com o fato de Dilma repetir a informação de que Paulo Roberto Costa teria denunciado que o falecido presidente do PSDB, Sérgio Guerra, teria pedido propina para abafar uma CPI aberta a pedido do senador tucano Alvaro Dias. Aécio deve insistir em perguntas que, previamente, sabe-se que Dilma não tem condições morais de responder com base na verdade.
Aécio tem o dever de exigir que Dilma descreva como foi sua atuação como Presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Dilma tem de falar não só sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena, que teve o aval dela, gerando grandes prejuízos à Petrobras. O caso da refinaria Nansei, no Japão, teve o mesmo problema, porém sem a mesma repercussão. Dilma também deve explicações sobre as denúncias de superfaturamento nas obras bilionárias da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em Itaboraí. Aécio também deve cobrar de Dilma explicações sobre o escândalo Gemini (tão denunciado aqui neste Alerta Total, com provas, pelo engenheiro João Vinhosa) – que pode ser um modelo de como podem ser leoninos os contratos das Sociedades de Propósito Específico entre a Petrobras e grandes empresas daqui e de fora.
Além da Petrobras, Aécio tem de cobrar de Dilma uma resposta que ela não deu no último debate do SBT – e a mídia amestrada pelos petistas fez questão de não levantar poeira. Dilma tem obrigação de responder: Quem foi a responsável pela nomeação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para receber polpudos jetons como membro do Conselho de Administração da “estatal” Itaipu Binacional? A resposta é simples: Só pode ter sido ela mesma – que tem a caneta do Diário Oficial da União para nomear livremente. Dilma precisa ter a retidão moral de admitir que nomeou o sucessor de Delúbio Soares – o famoso tesoureiro punido no Mensalão.
Aécio deverá lembrar novamente a Dilma e ao grande público que o tesoureiro petista Vaccari, o mesmo que cuida das finanças da campanha de Dilma, foi denunciado na “colaboração premiada” de Paulo Roberto Costa como o sujeito que recebia os repasses das comissões de 2% que sobravam das negociatas de corrupção com empreiteiras que prestam serviços à Petrobras. Vaccari é o mesmo processado por fraudes na gestão da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), na qual fora diretor financeiro entre 2003 e 2004 e presidente de 2005 até fevereiro de 2009. O Ministério Público denunciou que a Bancoop bancava campanhas petistas…
Além do mar de lama da corrupção, Aécio também deverá seguir com sua agenda propositiva. Por isso, custaria nada se o tucano perguntasse para Dilma, novamente: como ela vai combater, efetivamente, a inflação? Peça a ela que diga, claramente: o ministro Mantega ainda é ministro da Fazenda de fato ou apenas de faz-de-conta? Indague também a Dilma: como a senhora teria condições de baixar os impostos, fazendo uma reforma tributária, se inchou a máquina pública de gente, aumentando os gastos e os desperdícios de um governo muito mal gerenciado pelos petistas?
O encontro de logo mais na emissora do Bispo Edir Macedo tem tudo para ser uma reedição piorada do (de)bate-boca no SBT. Aécio não pode deixar de ser ofensivo, mantendo a educação e a postura tranquila. Não pode permitir que Dilma parta para o ataque, porque a baixaria, a demagogia e as mentiras repetidas sem parar são especialidades dos comunistas. O negócio de Aécio será, pela terceira vez, fazer perguntas que Dilma não tem condições de responder com sinceridade. Novamente, será fundamental elevar a pressão de Dilma de 13 para 45, até o debate final de quinta-feira à noite, na Rede Globo…
Se neste domingo se repetir o massacre do SBT, fatalmente Dilma vai alegar algum probleminha de saúde para inviabilizar o programa global de quinta-feira. Se Dilma não puder ir, a audiência vai adorar. É melhor curtir as beldades do The Voice Brasil que ouvir a voz dela cantando mentiras ou leviandades…
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