Blogueiros chineses criaram recentemente uma lista do que chamaram de as dez cidades mais “monstruosas” da China, zombando da propagandeada modernização e das políticas de melhoras que na verdade causam mais problemas.
1. Pequim
Pequim tem servido como a capital da China pelas últimas várias dinastias. No entanto, servir apenas como o centro político não satisfez algumas pessoas. Agora, Pequim também é um centro da cultura, tecnologia, educação, militar e até mesmo de exposições da indústria, finanças, comunicação e aviação – a lista poderia continuar longamente.
Há rumores de que Pequim planeja absorver a cidade portuária de Qinhuadao para abarcar para si o título de centro de transporte marítimo. Devido a toda essa concentração, a capital histórica é atormentada por engarrafamentos, degradação ambiental, recursos hídricos escassos, problemas de gestão de resíduos e tempestades de areia anuais. Se se tornar necessário abandonar Pequim como a capital do país, o que tem sido cogitado, essa seria uma lição monumental.
2. Shanghai
Shanghai realmente tem uma excelente localização geográfica no final do canal de ouro da China, o rio Yangtzé, e está no centro da costa de ouro da China, uma porta de entrada para o Pacífico, a África e a Europa.
A cidade deveria ser um palco para muitas pessoas diferentes e capazes e ela serviu esse papel numa época gloriosa quando recebeu o título de “paraíso dos aventureiros”. Agora, além de alguns grandes projetos financiados pelo Estado, não há qualquer empresa local que valha a pena mencionar. Apesar da falta de iniciativa empresarial dos residentes de Shanghai, eles exibem uma arrogância incomum quando falam de outros lugares, muitas vezes usando a palavra “rural”.
3. Shenzhen
Shenzhen está localizada adjacente a Hong Kong. No começo da “abertura” da China, Shenzhen se tornou uma janela pela qual o mundo via a China e ela desfrutou de uma boa época quando políticas foram criadas especialmente para esta cidade. Mas como toda a China se abriu para o mundo, Shenzhen tem sido marginalizada e se tornou uma cidade de segundo nível. Aceitar este destino é difícil para Shenzhen, por isso ela tenta tolamente se tornar uma cidade sob domínio direto da liderança central, como Pequim, Shanghai ou Chongqing, ou se fundir com Hong Kong – pensando que isso melhorará seu status.
4. Dongguan
A cidade de Dongguan se tornou conhecida como “sangue-suor-fábrica”, pois a única coisa que esta cidade faz bem é explorar o trabalho escravo. Após as leis trabalhistas mudarem no ano passado, metade das fábricas em Dongguan faliu. Se a cidade é verdadeiramente rica, por que não compartilhar parte dos lucros com os trabalhadores migrantes ou desenvolver algumas indústrias de ponta, como empresas de tecnologia ou capital intensivos?
5. Suzhou
Suzhou afirma que sua força econômica é comparável a Shenzhen e que seu modelo de desenvolvimento econômico deve ser promovido. Mas qual é a chave para seu sucesso? Uma expressão basta para definir esta cidade: venda de terras; e vendê-las barato para fábricas que Shanghai não quer mais. No entanto, a terra é limitada e quando tudo estiver esgotado, o que a cidade terá para estimular seu desenvolvimento? Mesmo que o valor do PIB seja alto, os investidores estrangeiros controlam o dinheiro. Será que vale a pena promover este modelo?
6. Guangzhou
A cidade mais forte na China em termos de força econômica, Guangzhou é um mau exemplo para toda a nação. Como a terceira maior cidade, ela se tornou um deserto cultural, onde as pessoas só valorizam o dinheiro. Ela também se tornou notória por esquemas de pirâmide, roubo de veículos, contrabando, epidemia de SARS, gripe aviária, para citar apenas alguns pontos.
7. Chengdu
Chengdu, a cidade sanguessuga, deveria ser na verdade uma cidade de segundo nível. Mas porque ela serve como a capital da província de Sichuan, ela continua absorvendo todos os recursos da província e assim se tornou a quarta maior cidade da China, enquanto todas as outras cidades em Sichuan definham. Para justificar suas ações, Chengdu ainda bolou uma teoria: “Quanto mais recursos forem deslocados, mais forte será Sichuan”, o que insulta a própria inteligência.
8. Wuhan
Em termos de localização geográfica, a cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, está localizada no centro da região central da China, mas também quer ser vista como o polo econômico da região. Infelizmente para Wuhan, as pessoas têm seus próprios planos e ideias. Muitos acham que é mais sensato se juntar a zonas de desenvolvimento no delta do rio Pérola, no delta do rio Yangtzé ou em regiões vizinhas a Pequim. Então, agora tudo o que resta a Wuhan é um sonho vazio.
9. Hangzhou
Todos na China hoje criticam os preços altíssimos da habitação, mas poucos sabem que tudo começou em Hangzhou. Muitos especuladores que fizeram dinheiro fácil com a fabricação de produtos falsificados foram a Hangzhou para conspirar com as autoridades locais e empurrar para cima os preços da habitação. Em certo momento, os preços nesta cidade de segundo nível chegaram a superar Pequim e Shanghai. O exemplo de Hangzhou fez muitos especuladores e oficiais do Partido Comunista Chinês perceberem que a manipulação do mercado imobiliário é um atalho para ficar rico rapidamente e ao mesmo tempo impulsionar as realizações do governo local, ou seja, elevar os valores do PIB, o que alavanca a carreira política das autoridades. Agora, toda a China segue o exemplo de Hangzhou.
10. Dalian
O termo “Cidade Jardim”, que entrou em voga na China, surgiu em Dalian. Outra descrição mais precisa para Dalian é que a cidade se assemelha à Europa, enquanto sua área rural periférica se assemelha à África. Os formuladores políticos estão focados apenas em fazer a cidade prosperar e ignoraram os impactos desta política nas áreas rurais.
Dalian se tornou um exemplo amplamente copiado por muitas outras áreas que passaram por várias etapas de urbanização em detrimento das zonas rurais circundantes, que foram gradualmente declinando. Apesar das novas e belas cidades, as pessoas comuns não podem usufruir dos benefícios de viver lá porque a habitação é muito cara.