Não é só no Brasil que o maior escândalo de corrupção já investigado (Petrolão) toma conta dos noticiários, a mídia internacional está atenta para o assunto.
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El País, um dos jornais mais respeitados do mundo, em sua versão em português, em editorial do último dia 26, destacou o escândalo de corrupção da maior estatal brasileira de forma bastante incisiva. “Petrobras deixa Brasil à beira do precipício com escândalo de corrupção” é o título da edição, que sintetiza o escândalo de propinas da Petrobras, ressaltando a atuação do Juiz Sérgio Moro, que vem atuando de forma enérgica e com “punhos firmes” no caso.
Veja abaixo trecho da matéria:
“O sistema é simples, diabólico e eficaz: um acusado de corrupção reduz sua pena se delatar outros, que por sua vez podem receber o mesmo tratamento, com o que o caso se ramifica ao infinito. É a maneira que o juiz brasileiro Sérgio Moro tem para reconstruir o rastro da bilionária corrupção que domina de cima a baixo a maior empresa pública da América Latina, a Petrobras, e que sacode o país: contratos forjados no valor de bilhões de reais, obras superfaturadas para a construção de refinarias, contas bancárias repentinamente esvaziadas para que não sejam congeladas, arrependidos que fazem acordos após pagar quase 100 milhões de reais, maletas com notas de dinheiro que vêm e vão, jatinhos levando somas estonteantes, um tesoureiro do PT envolvido na trama e intermediários que se entregam após passar dias foragidos da polícia.”
A matéria também lembra do grande mantenedor e corruptor do escândalo, qual seja o partido detentor do poder no Brasil, o PT, que é citado na matéria lembrando das delações do doleiro Yousseff e de Paulo Costa, ex-diretor da estatal, os quais acusam o PT de fomentar e estruturar os esquemas de corrupção, que em grande parte eram usados para financiar campanhas do partido e comprar apoio político de aliados.
“As ramificações políticas são imprevisíveis: Costa e Yousseff acusam diretamente o tesoureiro do PT, João Vaccari, de receber subornos para ajudar as campanhas políticas do seu partido. Também apontam outros intermediários de outros partidos. Enquanto isso, Rousseff, em Brasília, tenta driblar o temporal como consegue, sem aparecer muito, agarrando-se à tese que já defendeu durante a campanha, que consiste em assegurar que sob o seu mandato a corrupção é investigada e perseguida. A favor dela está o fato incontestável de empresários até recentemente intocáveis estarem na prisão. Janot disse de forma clara na entrevista à Folha: “A Justiça de três, quatro anos para cá não é mais uma Justiça dos três Ps: puta, preto e pobre. Ela está indo em cima de agente político e de corruptor”.