O universo é cheio de mistérios que desafiam o nosso conhecimento atual. Em “Além da Ciência”, o Epoch Times coleta histórias sobre alguns fenômenos estranhos para estimular a imaginação e abrir a mente para novas possibilidades. Elas são reais? Você decide.
Estranhas ocorrências dizem ter provocado um turbilhão em torno de um artefato egípcio antigo, que ficou conhecido como a “Múmia da má sorte” desde que foi levado do Egito para a Europa no século 19. Algumas dessas histórias são certamente mito, mas outras teriam sido verificadas por um jornalista do início do século 20.
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O jornalista, Bertram Fletcher Robinson, supostamente passou meses investigando e verificando a verdade sobre as tragédias relacionadas com o artefato. Mas antes que pudesse completar o seu trabalho, Robinson morreu de repente.
Isso pode ter sido a maldição da Múmia da má sorte?
O Sr. Arthur Conan Doyle e alguns dos outros conhecidos de Robinson achavam que sim. As observações de Doyle sobre a morte e pesquisas de Robinson foram registrados nas publicações Pearson’s Magazine e The Daily Express, que são do mesmo proprietário.
Robinson começou sua investigação com a esperança de escrever uma coluna para o “The Daily Express” onde descartaria as lendas. Mas ele teria, supostamente, descoberto que elas eram verdadeiras. Os artigos foram compilados e citados em matérias pela BFRonline, uma organização que desenvolve projetos de pesquisa em todos os aspectos da vida e obra de Robinson (1870-1907), que também era uma notória figura literária, político e desportista.
Doyle falou sobre a morte de Robinson: “Isso foi causado por Elementais egípcios que guardavam a múmia feminina, pois ele começou uma investigação das histórias de maldade da múmia. É impossível dizer, com absoluta certeza, que isso é verdadeiro… Mas no Museu Britânico eu adverti o Sr. Robinson em relação a sua ligação com a múmia. Ele persistiu e sua morte aconteceu… Eu disse que ele estava brincando com a sorte por perseguir a investigação… A causa direta de sua morte foi febre tifóide, mas esse foi o modo que possibilitou a atuação dos elementais que guardavam a múmia.”
A história deste artefato (que não é, na verdade, toda a múmia, mas sim a tampa do sarcófago da múmia) foi contada na edição de agosto de 1909 da Pearson’s Magazine, onde foi dito que todos os fatos foram meticulosamente verificados por Robinson.
O artefato foi descoberto no Egito por um Árabe que o vendeu para um Sr. W. em uma festa de uma “bem conhecida titulada senhora Inglesa”. O sarcófago da múmia foi assim descrito na revista: “Isso parecia retratar a face de uma mulher, com uma beleza estranha e com uma expressão de frieza maligna.”
“Na viagem de retorno da festa, um dos membros (da comitiva do comprador) foi baleado acidentalmente no braço por seu serviçal, através de uma arma disparada sem uma causa visível. O braço teve se ser amputado. Outro morreu na pobreza um ano depois. Um terceiro foi baleado. O Árabe, primeiro proprietário do sarcófago encontrado, ao chegar no Cairo, tinha perdido uma grande parte da sua fortuna. Morreu logo em seguida…
“Quando o artefato chegou na Inglaterra, ele foi doado pelo Sr. W. para uma irmã que era casada e vivia perto de Londres (o BRFonline especulou que esta poderia ser uma mulher chamada Sr. Warwick Hunt). De uma só vez, a desgraça caiu sobre sua casa: sofreram grandes perdas financeiras o que levou a mais outros problemas.”
Ainda foi dito que, um certo fotógrafo, que teria tirado uma fotografia do artefato e afirmado que tinha capturado um rosto vivo de uma mulher no filme, teria morrido pouco depois. O fato é que o dono doou o artefato para o Museu Britânico, onde ficou abrigado enquanto Robinson o estudava, e onde permanece até hoje.
Todas essas histórias estão baseadas na investigação de um homem morto há muito tempo e no relato de duas publicações de um mesmo dono. Mas se isso tudo for verdade, o conto é certamente algo estranho. Os rumores que surgiram em torno deste vestígio, de uma múmia de uma antiga sacerdotisa, desde o artigo de 1909 da Pearson’s Magazine, podem ser mais fáceis de dissipar.
Também dizem que a múmia da má sorte estava a bordo do Titanic quando afundou, e que poderia ser responsável pela tragédia.
Barbara Mikkelson do Snopes.com pesquisou a história desta lenda e concluiu que o sarcófago da múmia nunca teria saído do Museu Britânico, e que o rumor começou com o jornalista William Stead e outro homem chamado Douglas Murray.
Stead e Murray teriam contaram uma história de uma múmia trazida para a casa de um amigo. O espírito da múmia teria destruído tudo que era quebrantável na casa, e trazido doença e infelicidade para todos que tiveram contato com ela. Mais tarde, eles viram o sarcófago no Museu Britânico, o mesmo artefato investigado por Robinson. Eles disseram que o rosto retratado no sarcófago parecia atormentado e que o espírito da sacerdotisa era uma força maligna solta no mundo.
Stead era um passageiro no Titanic e afundou com o navio. Um sobrevivente lembrou desta história em entrevista ao New York World dizendo que Stead contava para seus companheiros de viagem que a múmia era amaldiçoada.
Eventualmente, explicou Mikkelson, a história da múmia amaldiçoada, o sarcófago do Museu Britânico e o Titanic foram todos misturados numa só lenda.