Controles rigorosos de propriedade promulgados pelo regime comunista chinês para retardar o aumento dos preços dos imóveis estão fazendo desenvolvedores fugirem na China, enquanto outros cometem suicídio quando julgam-se incapazes de pagar as dívidas. A crise da dívida na indústria imobiliária teria repercussões enormes para a economia chinesa.
As políticas de controle de propriedade foram implementadas ao longo dos últimos 18 meses. Estima-se que um terço dos desenvolvedores imobiliários em Pequim simplesmente tenham deixado a cidade sem pagar as enormes dívidas que acumularam.
Os preços dos imóveis têm estado no centro da trajetória de crescimento da China particularmente na última década e as medidas de um ano e meio atrás foram uma tentativa do Partido Comunista Chinês (PCC) de lentamente desinflar a bolha imobiliária, ao invés de vê-la estourar. Novembro passado foi o “inverno” para a indústria, segundo Nie Meisheng, presidente da Câmara de Comércio Imobiliário da China.
“Um número significante de proprietários de imóveis desapareceu. Alguns escolheram cometer suicídio porque não podiam pagar a enorme dívida”, disse recentemente uma pessoa que trabalha no setor imobiliário em Pequim ao Epoch Times. Ele pediu para permanecer anônimo devido à sensibilidade política do tema.
Desenvolvedores emprestaram grandes somas quando as condições monetárias eram relaxadas. Assim que os bancos endureceram seus padrões de crédito, o mercado imobiliário virou e desenvolvedores não podiam concluir projetos devido à falta de financiamento e aumento dos custos. Porque muitos desenvolvedores não puderam vender aos clientes finais e empatar o capital, eles ficaram sem ter como pagar os empréstimos.
“Seja um desenvolvedor importante ou pequeno, a grande pressão dos juros do empréstimo é insuperável; um terço dos desenvolvedores imobiliários em Pequim evadiu-se”, disse o participante da indústria.
Os desenvolvedores precisam gerar certa quantidade de fluxo de caixa para pagar os juros; falhar em vender ou alugar propriedades significa que eles não têm dinheiro.
A situação em outros lugares na China não é muito melhor. Três desenvolvedores imobiliários em Hefei, província de Anhui, desapareceram, informou o jornal Semanário do Sul em novembro passado.
Propriedades vazias
A bolha imobiliária também resultou em outros problemas. O maior sendo a taxa de vacância, segundo Nie Meisheng, que falou sobre o tema num fórum imobiliário na província de Hainan no começo deste ano.
Uma pesquisa feita pela Corporação Rede Estatal da China em 2010 descobriu que medidores de eletricidade em 65 milhões de apartamentos e casas urbanas registraram uso zero; esse valor foi de cerca de 30% do mercado em dólar.
Embora alguns tenham questionado os dados da pesquisa, uma investigação de 100 dias da polícia de Pequim em março indicou que havia 3,8 milhões de casas vazias na cidade. Numa estimativa de três pessoas por casa, esses imóveis vazios poderiam conter mais de 11 milhões de pessoas, segundo o Beijing News.
Colapso de dois terços
Gan Li, diretor do ‘Centro de Investigação e Pesquisa para o Financiamento Imobiliário na China’ e professor de economia da Universidade Texas A&M, advertiu que o financiamento doméstico chinês foi esticado e sob risco de formar uma bolha, numa entrevista ao Diário Metropolitano do Sul em 3 de setembro.
“Um terço dos desenvolvedores atendem as necessidades de todas as pessoas em termos de capacidade agora. Assim, dois terços deles entrarão em colapso.”