A história de como a bailarina Brazeline Chau foi selecionada como uma das duas meninas de Melbourne, Austrália, para treinar na Academia de Artes Fei Tian em Nova York é notável.
Ela teve a chance de assistir ao Espetáculo de Ano Novo Chinês do Shen Yun em Melbourne e “assim que eu vi a cena de abertura, eu sabia que um dia estaria no palco e seria parte daquilo. Eu fiz testes para a Fei Tian em Melbourne e a resposta veio rápido. Eles me convocaram para Nova York prontamente.”
A Fei Tian ajudou-a a renovar seu amor pela cultura chinesa e aprofundar suas raízes. “Desde pequena, eu me interessava pela cultura tradicional chinesa e estudei a dança chinesa. Mas após ingressar na Fei Tian, eu descobri que a dança chinesa era muito mais ampla. Além da dança clássica chinesa propriamente dita, há a dança étnica e folclórica. Para se destacar nas artes cênicas também é necessário estudar a cultura e a história relacionadas. Eu aprendi sobre os valores e a moral tradicional chinesa e como ser uma pessoa melhor.”
Apesar de seu amor pela arte, a jornada não foi fácil. A Sra. Chau também teve de fazer muitos sacrifícios para satisfazer os altos padrões exigidos na Fei Tian. “Também foi um desafio por causa da agenda apertada. A comunidade [na Fei Tian] é compreensiva e solidária. Eles nos preparam muito bem para o que precisamos fazer”, explica ela. “Os requisitos aqui são maiores, muito maiores do que na Austrália”, diz ela, referindo-se a profundidade das aulas de educação artística na Fei Tian.
Competições de dança
Em 2009, a Sra. Chau foi uma das 15 meninas de todo o mundo selecionadas para participar na Competição Internacional de Dança Clássica Chinesa da NTDTV. “Eu escolhi uma dança solo e a aperfeiçoei ao longo da competição.”
Mas essa competição era bem diferente de outras, diz ela. “Você não vai lá para competir e mostrar como você é bom […] é um momento para ser humilde e mostrar crescimento ao longo do processo.”
“Naquele ano, eu fiz uma dança com guarda-chuva. Eu escolhi minha música e quanto mais eu a ouvia, mais intuição eu tinha sobre como dançá-la. Eu adquiri um sentimento interior de uma mulher tradicional na antiga China que conserva seus valores morais. Todo esse processo me ajudou a ser selecionada para a competição.”
Feedback da audiência
A Sra. Chau já percorreu a Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte atuando pelo Shen Yun Performing Arts e ajudando a “levar a cultura chinesa ao público”, segundo ela. “Às vezes, temos um vislumbre mais nítido da plateia. Você os vê aplaudindo e isso o estimula [a fazer melhor], a dar tudo de si. Muitas vezes, eles aplaudem logo após ou durante a dança, especialmente durante a chamada da cortina quando o público se levanta. Isso provoca-me lágrimas. É nesse momento que sinto que todo trabalho duro vale a pena.”
Ela também participou de uma série de recepções de VIPs. “Uma vez, na Dinamarca, uma senhora precisou de um intérprete, mas ele não conseguiu traduzir tudo, embora ela falasse com lágrimas nos olhos, isso realmente me tocou.”
E isso – ela é rápida em apontar – é o resultado do refinado trabalho individual e, principalmente, coletivo. “Cada bailarino trabalha duro com as técnicas mesmo antes do show, enquanto nos aquecemos. Quando não estamos atuando, nós nos desafiamos com novas técnicas. Então, nós praticamos por conta própria ou com outros dançarinos.” O que é muito especial sobre a Fei Tian é que há muita boa vontade ao redor: “Quando você domina uma técnica, você se sente feliz e outros ficam felizes por você também.”
Disciplina e determinação
A Sra. Chau diz que a dança clássica chinesa é completamente diferente do balé. “A dança clássica chinesa usa a força muscular natural. No balé, você tem de usar todos os seus músculos, o que exige muita força. A dança clássica chinesa também tem muitos movimentos acrobáticos únicos e belos.”
A dança clássica chinesa é muito expressiva, segundo a Sra. Chau. “No balé, se você adicionar um movimento diferente, não é mais balé. Na dança clássica chinesa há inúmeras posturas e gestos, você se expressa por meio de seus olhos, movimentos manuais e respiração. Podemos representar diversos personagens e de fato retratamos muitas histórias chinesas.”
Mas ela e seus colegas não apenas trabalham e atuam juntos na Fei Tian, suas vidas são diferentes de outros dançarinos. “Nós convivemos juntos e, por meio da autodisciplina, desenvolvemos hábitos saudáveis coletivamente. Mesmo que nossa programação seja bastante intensa, aprendemos a ser eficientes com o tempo e começamos o treinamento bem cedo diariamente, dando-nos um pouco mais de tempo que gradual e cumulativamente nos permite ir bem mais longe.”
Além disso, a Sra. Chau e seus colegas bailarinos não têm apenas autodeterminação, mas “nós motivamos uns aos outros também. Nossas mentes têm de estar alinhadas pelos mesmos objetivos. Temos muitos ensaios para obter o ritmo correto. Nossos corações têm de estar juntos.”
Mas isso não é simples de conseguir. “Para a dança clássica chinesa, você precisa ter muita determinação para ser bem sucedido. Ter a ajuda de todos é fundamental.”
Ela dá um exemplo de uma ocasião em que quase perdeu um movimento: “Há certa técnica acrobática que é realizada enquanto se caminha para frente e que me custou algum tempo para dominar. Ela é acompanhada de uma cambalhota e, em seguida, de uma série de movimentos aéreos. Mas, de repente, meu corpo não conseguia distinguir entre as manobras e eu não conseguia mais fazer a acrobacia. Meus colegas dançarinos vieram me dar auxílio e me ajudaram a recordar o mecanismo fundamental. Só então eu pude voltar a realizar a acrobacia normalmente.”
A Sra. Chau preza seu papel na Fei Tian e nas performances pelo Shen Yun. “Sinto-me honrada de fazer parte do grupo. Eu valorizo essa oportunidade que me foi dada e farei meu melhor para alcançar níveis de expressão mais elevados e superar meus limites.”
Para mais informações, visite: ShenYunPerformingArts.org